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Cenário de 2014 mudou, mas é ilusão acreditar que PT e governo ficarão imobilizados por José Dirceu

2 - 3 minutos de leituraModo Leitura
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Muito tem se falado das mudanças no cenário eleitoral de 2014 após as manifestações nas ruas do mês de junho. Neste fim de semana, por exemplo, os jornalões destacaram que as alianças em torno da candidatura da presidenta Dilma Rousseff estão seriamente ameaçadas.

É evidente que o cenário de 2014 mudou, mas ainda é cedo para saber o quanto e em que direção. Há muita gente indo ao pote com muita sede, mas nada indica que serão beneficiados, já que uma candidatura do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tira votos de Marina Silva, beneficiada com a queda da presidenta, e de Aécio, que é pré-candidato com o partido dividido. Fora o fato de que Serra é candidatíssimo.

Dilma, Lula e o PT, com mais ou menos aliados, ainda são os favoritos e há muita água para passar embaixo da ponte até julho do ano que vem. O cenário de uma economia em dificuldades e a presidenta perdendo a popularidade, que era apresentado como uma condição por importantes dirigentes do PSB para lançarem-se à disputa, agora é um fato. Resta saber se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, será ou não candidato e com quem vai se aliar.

A ilusão de quem pegou carona eleitoral nas manifestações

Acreditar no cenário com Lula e o PT sem reagir aos adversários, que não foram poupados nas manifestações de junho, e o governo imobilizado – que deve aproveitar a crise política e se reformar – é ilusão típica de quem pegou carona nas manifestações com o único objetivo de desgastá-lo e desestabilizá-lo, além de se aproveitar eleitoralmente dos protestos legítimos e com uma pauta que agora a oposição e seus aliados na mídia rejeitam: o plebiscito e reforma política contra a corrupção, mais Estado, mais e melhores serviços de saúde e educação, transporte, cultura e lazer. Menos preconceito, mais democracia.

Não querem o plebiscito porque temem o debate sem a mediação e a intermediação dos donos da mídia sobre o Estado brasileiro e a sua reforma, sobre política de gestão, sobre a crise mundial e seus reflexos no Brasil, sobre as manifestações e suas causas.

Escondem que são contra a reforma política e contra mais Estado, são a favor da privatização, do corte de gastos. Inclusive na saúde e na educação, nas quais cada dia têm mais negócios, como o grupo Abril –  ponta de lança do conservadorismo, não apenas político, mas social e moral –,  que se opôs, por exemplo,  ao desarmamento, deixando o pais desarmado frente à violência que hoje domina cidades como São Paulo, sede da revista VEJA, que agora se opõe à consulta popular, propõe o fim do voto universal, estimula o golpismo e sonha com a volta do tucanato no poder, quando mandava e desmandava no governo.

Artigo publicado originalmente em http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=18720&Itemid=2

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