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Clube de canoagem Kaiaulu Va’a transforma passeio em uma nova forma de conhecer a história de Salvador

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A canoagem é um esporte que vem ganhando popularidade no Brasil. Ela alia benefícios físicos, como o fortalecimento muscular, aprimoramento cardiovascular, coordenação e equilíbrio; às benesses para a saúde mental dos praticantes, principalmente para uma diminuição do estresse.

Tudo isso junto já é uma importante conquista, mas além desses benefícios, e se a canoagem também pudesse ser uma experiência histórica?

Esse é o objetivo do Clube de Canoagem Kaiaulu Va’a: transformar o passeio de canoa pela Baía de Todos os Santos em uma nova forma de turismo para Salvador. A atividade tem duração de uma hora e 30 minutos, com pausa para banho de mar.

Salvador é uma cidade marcada historicamente pelo mar. Foi assim que as capitanias chegaram à Bahia. Sendo a Baía de Todos os Santos um ponto histórico central no desenvolvimento do Brasil, abrigando durante o período colonial um dos maiores portos exportadores do Hemisfério Sul, é essencial a valorização dessa história como formadora da identidade do povo baiano.

Foi por sua relevância estratégica e geográfica que o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, escolheu a região para fundar Salvador, a primeira capital do Brasil. É nesse sentido que o clube promove essa inovação: transformar o passeio de canoagem em uma experiência que vai além do lazer, fornecendo a historicidade como fator chave do trajeto, uma vez que o trajeto conta com cartões postais e monumentos históricos da capital.

Assim, a ideia é fazer os praticantes de canoagem conhecerem com mais profundidade os pontos históricos pelos quais passam durante o trajeto como o Forte de São Marcelo, o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo, a Praia da Preguiça, o Farol da Barra, dentre outros, adicionando uma nova perspectiva para a atividade. A canoagem, desse modo, se torna não só uma atividade esportiva e de lazer, mas também uma atividade enriquecedora de conhecimento. O clube, dessa maneira, visa trazer uma nova identidade para Salvador, com novas formas de turismo marítimo para a capital.

Pensando nesse objetivo, o clube tem capacitado seus monitores com um curso de história voltado para o turismo. Lorena Lago, gestora do clube, destaca a importância da ação. “A valorização do patrimônio histórico cultural é a valorização da identidade do nosso povo. Os pontos turísticos são motivo de orgulho para nós baianos, um reforço da nossa história. Assim, no processo de capacitação dos monitores, incluímos o curso de extensão de formação com professoras de história para que eles conheçam e possam contar a história da nossa cidade aos alunos e turistas, agregando valor e promovendo a experiência na canoa havaiana como um roteiro turístico da cidade, na Baía de Todos os Santos”.

O curso é ministrado pelas professoras universitárias Maria Teresa Vilaça e Inez Garrido na Faculdade Visconde de Cairu (FAVIC). Vilaça é mestre em Educação pela UFBA e tem graduação em História pela UFPE. Ela também é pesquisadora da área de História da Educação e poesia popular. Já Inez Garrido é mestre em Administração pela UFBA e graduada em Administração Pública também pela universidade. Além disso, tem diploma de Estudos Avançados em Turismo na Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, e é consultora especializada em planejamento e desenvolvimento do turismo.

Durante o passeio, as canoas também passam por locais como a Praia da Preguiça, Solar do Unhão, Praia do MAM, Porto da Barra, Bonfim, Humaitá e Ilha de Itaparica, o que reforça a necessidade de conhecimento histórico por parte dos monitores.

Transformação social é um lema para o Kaiaulu

Com forte entrelaçamento com a cultura local, o clube Kaiaulu Va’a surgiu como um negócio de impacto social durante a pandemia. Com o intuito de expandir o mundo da canoa havaiana para gerar transformação social por meio do esporte, da arte, da cultura e do lazer, Lorena Lago destaca o projeto de aprendizado profissional do clube, contribuindo para a formação dos jovens da comunidade. “Nós temos monitores como o Caíque, Luís Gustavo, Geovane, Ana Cecília e Laura, que começaram ainda crianças no projeto. Hoje eles são atletas e capacitados pelo nosso programa de aprendizagem profissional, sendo funcionários do clube e multiplicadores do conhecimento”.

O clube tem como um valor primordial a busca por transformação social. Desse modo, o Kaiaulu promove uma série de ações sociais voltadas para o desenvolvimento social. Em parceria com a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (SEMPRE) e a Associação de Remo Salvador (ARS), uma dessas ações é a oferta,de aulas gratuitas para pessoas surdas e com deficiência auditiva em Salvador, com profissionais capacitados em libras.

Ao longo dos anos, mais de mil pessoas já foram impactadas com as ações promovidas pelo Kaiaulu Va’a. “A canoa havaiana é um esporte coletivo, sincronia e união é a base, sem elas, não há esporte. E isso reflete a essência, propósito e o próprio nome do clube, a Kaiaulu significa comunidade em havaiano, Va’a significa canoa, comunidade da canoa. Assim, o Kaiaulu reflete um símbolo de união, representatividade e pertencimento para comunidade. Nós queremos nos tornar uma referência de excelência e qualidade, por meio da transformação social através do esporte”, comenta Lago.

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