Como saber se tem alguém espionando seu celular? Descubra em 4 passos
Uma série de sites vende aplicativos que prometem acesso a mensagens, chamadas, localização e arquivos de fotos e vídeos de terceiros. Não é muito difícil acabar espionado por um app espião.
Se esse tipo de app estiver instalado no seu aparelho e tiver certas permissões, é possível ativar o microfone e a câmera remotamente, além de acessar arquivos de fotos e vídeos e, até mesmo, interceptar chamadas telefônicas e aplicativos de mensagens.
Como descobrir que estão me espionando?
A maioria dos apps espiões pode ficar invisível no menu do celular. Além disso, eles não dão sinais de que o aparelho está sendo rastreado — afinal, o objetivo deles é ficar ali escondido. Mas há alguns passos que você pode dar para checar se algum aplicativo do tipo foi instalado no seu telefone.
Verificar no menu Ajustes (iPhone) ou Configurações (Android) se você reconhece todos os aplicativos listados.
Ver quais apps têm permissão para acessar o microfone, a câmera, as fotos e o serviço de localização.
Caso identifique algum item que não tenha baixado, desinstale a ferramenta. Essa estratégia funciona bem para aplicativos mais simples. Mas, para os que exploram alguma falha de segurança, só mesmo o antivírus pode ajudar.
Fique de olho se o aparelho aumentou significativamente o consumo de dados ou da bateria, ou se ferramentas como 4G e Bluetooth foram acionadas sem a sua permissão. Isso pode ser sinal de que há um espião no seu celular.
Descobri que estavam me espionando.
E agora? O artigo 10 da Lei 9296/96 define como crime “realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei”.
Nesses casos, a pena prevista é de prisão, de dois a quatro anos, e multa. Mas há exceções: os pais, por exemplo, podem fazer o monitoramento de filhos de até 18 anos. Outro caso em que há possibilidade legal é quando o empregado usa um celular corporativo.
Em outras situações, além do crime de interceptação de comunicação, o invasor pode ser enquadrado na Lei Carolina Dieckmann (Lei 12.737/2012). O texto prevê pena de detenção, de três meses a um ano, e multa para quem violar dispositivos de segurança com a finalidade de “obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita”.
Nos casos previstos em lei, a pessoa que tem o celular espionado pode procurar a polícia, para que se abra uma investigação criminal e pode entrar com um pedido indenização por danos morais. Antes de qualquer coisa, porém, o ideal é procurar um profissional da área técnica e outro da área jurídica. Assim, é possível garantir que provas do crime não sejam destruídas.
Como evitar aplicativos espiões
Sempre desconfiar de links ou programas enviados por outras pessoas e nunca abrir se você não tiver certeza de que ele é seguro.
Baixar um antivírus no seu celular e fazer varreduras periódicas. Ele pode sinalizar links ou apps não confiáveis. Alguns também têm a opção de configurar um código específico para baixar e instalar novos programas, o que é útil se alguém tiver a sua senha de desbloqueio.
Evitar emprestar o seu celular
Definir uma senha para o desbloqueio do aparelho.
Artigo publicado originalmente no Descubra em 4 passos (uol.com.br)