Dendê, luz e resistência: a MIMB 2025 transbordou encontros, afetos e futuros
Foram 15 dias intensos de travessia, de 26 de maio a 08 de junho de 2025, em que a Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB) transformou salas de cinema, ruas e telas em territórios de escuta, afeto e resistência. Com o tema “Dendê e Luz”, a 6ª edição reafirmou o cinema negro como caminho, cura e criação coletiva, tendo a Bahia como ponto de partida e pulsação.
Em formato híbrido, a mostra reuniu mais de 3 mil pessoas, sendo cerca de 1.900 participantes nas sessões presenciais e na Ubuplay, e o restante distribuído entre oficinas, masterclasses, laboratório e encontros virtuais. Foram 743 minutos de exibição, o equivalente a mais de 12 horas de filmes que reacenderam memórias, abriram futuros e afirmaram as narrativas negras como centrais.
A programação incluiu 30 filmes, 3 encontros de debate com pensadores e realizadores, 2 masterclasses, 3 oficinas e 1 laboratório, promovendo não apenas exibição, mas também formação, partilha e aquilombamento de saberes. A MIMB 2025 foi feita de escuta crítica, trocas generosas e presença viva em cada olhar atento, palma que ecoou e palavra que ficou.
O encerramento foi marcado pela Sessão Vidigal, com o cineasta Luciano Vidigal, filho de baianos e diretor de Lá do Alto (2015) e Kasa Branca (2025),. “Todas as vezes que venho pra Bahia, pra um festival e trago meus filmes, eu me surpreendo de forma positiva. Só falta eu filmar aqui, porque posso dizer que estou em casa”, afirmou Luciano.
Para Daiane Rosário, idealizadora e diretora geral da MIMB, a mostra é mais do que uma exibição de filmes. “A MIMB é território de aquilombamento e liberdade criativa. Quando dizemos ‘Dendê e Luz’, estamos falando da força ancestral que nos move, do nosso jeito único de ver o mundo e transformar realidades. Cada sessão lotada, cada partilha, cada encontro foi a prova de que o cinema negro não só existe, ele resiste, se reinventa e continua a ser farol”, contou Daiane.
Realizada por meio do edital da Lei Paulo Gustavo nº PG08/2023, a 6ª edição da MIMB reafirma seu compromisso com o fortalecimento do cinema negro diaspórico. Das mostras dedicadas à infância aos debates sobre estética, política e mercado, cada atividade construiu um território coletivo de imaginação e futuro.
