Domingueiras XCI. Por Sergio Guerra
Começou o processo eleitoral e lá vêm os factóides…
Nestes dias finais dos registros de candidaturas para as próximas eleições de outubro, a operação Lava Jato mostra, mais uma vez, o seu objetivo político, pois, sintomaticamente, após a indicação da alternativa de Haddad/Manuela á
candidatura de Lula, uma nova “delação premiada” de uma marqueteira presa, há mais de um ano, aponta o ex-prefeito de São Paulo como beneficiário de pretensas propinas da Odebrecht combinadas com ministros e até a presidenta Dilma em campanhas passadas. É como se houvesse um “banco de delações premiadas” para ser acionado a cada passo das candidaturas do PT que seja apresentada.
Estas “novas” delações, apesar de causarem profundos desgastes pela ampla divulgação que recebem da grande mídia comprometida com o golpe e com a busca de uma candidatura viável a confrontar com Lula e/ou qualquer candidato que se apresente com o seu apoio, são facilmente desmoralizadas, por se tratarem de “factóides” ou mentiras políticas para desviar a atenção da sociedade dos fatos realmente necessários e significativos da vida social. Vale lembrar, entretanto, que os desmentidos não merecem, maldosamente, o espaço correspondente e mesmo o suficiente para reparar o dano causado, sendo, portanto, um forte instrumento de ação política perniciosa e que deve ser combatida fortemente.
Essas ações, hoje denominadas de “fake news”, normalmente se tratam, como nesses casos da Lava Jato, de velhas, requentadas e, na grande maioria das vezes, fartamente de “novas denúncias”, frutos de antigas “delações premiadas”, fortemente desmentidas por investigações mais criteriosas e posteriores, que sempre voltam a assombrar as candidaturas dos partidos, especialmente de esquerda e muito particularmente do PT, alvo preferencial do judiciário brasileiro, ainda que ocasionalmente se dediquem também e superficialmente a personalidades da direita, como o Aécio, a esta altura um cadáver político em busca de uma cada vez mais improvável ressurreição.
Vale o alerta de que estas “novidades” serão cada vez mais freqüentes e intensas, especialmente neste momento em que os partidos da direita nacional, tentam fugir do rótulo de golpista, ora se travestindo de “centro”, como se o partido da “ditadura de 64”, que muda de nome, praticamente a cada década, (vide UDN, ARENA, PDS e atual e provisoriamente “DEMOCRATAS”), hoje fazendo parte, ardilosa e espertamente, de auto-denominado “Centrão”, que agrega um punhado de siglas antigas ou mesmo recém criadas em função de um oportunismo eleitoral e em grande parte de trânsfugas de partidos já bastante desmoralizados e que tentam com um novo nome de enganar os eleitores.
Enfim, só não podemos ficar acreditando, esperando e até mesmo dependendo desses antigos e velhos factóides, hoje modernizados e travestidos de “fake news”, que, inicialmente apresentados como novas verdades, tem o claro objetivo de tumultuar o processo eleitoral
e, em seguida, quando finalmente desmentidos, já causaram danos irreparáveis a algumas candidaturas, normalmente aquelas comprometidas
com bandeiras sociais, por isso de esquerda, e desta maneira pouco aceitas pela grande mídia nacional, sempre comprometida com os
interesses do capital, nacional e principalmente internacional.
13/08/2018.
Sérgio Guerra.
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.
