Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos” ganha sessão aberta ao público hoje, no Cine Glauber Rocha, com presença da diretora Daniela Broitman
O filme em torno de um dos maiores nomes da música brasileira leva o espectador a uma viagem irresistível pela vida e obra do cantor e compositor que revolucionou a canção no Brasil e influenciou gerações de músicos, abrindo caminho para movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália. A estreia está marcada para 25 de abril, semana em que Dorival Caymmi completaria 110 anos, para celebrar o imensurável legado que o artista deixou para a cultura brasileira.
Dorival Caymmi conquistou o mundo na voz de Carmen Miranda e consagrou a música brasileira no exterior com seu primeiro sucesso, “O que é que a baiana tem?”. Inovando na maneira de compor as letras e de tocar violão, Caymmi tornou-se referência na música e até hoje é uma fonte inesgotável de inspiração. Tal qual ele fez em suas canções, o artista é retratado em “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos” como um cronista que narra os costumes, anseios, e gracejos de sua gente, mas especialmente de sua própria história.
O roteiro do filme parte de uma entrevista inédita em que, no auge dos seus 84 anos, Dorival Caymmi faz confidências e revela sua afetividade pelas coisas mais singelas da vida. Traduzindo os versos de Caymmi a partir do olhar sensível da diretora, o filme?passeia pelo universo quente e vibrante dos pescadores baianos, pelas suas referências de raiz africana, a espiritualidade no candomblé, as histórias de amor e elementos da natureza que tanto inspiraram sua obra.
Além do encantamento do músico com a forma do vento, os orixás, o mar quebrando na praia – presentes tanto imageticamente como na trilha sonora –, a narrativa é complementada com histórias inusitadas dos filhos Dori, Nana e Danilo Caymmi; os amigos Caetano Veloso e Gilberto Gil; a ex-nora e compositora Ana Terra; o neto Gabriel Caymmi; o produtor e amigo Guto Burgos; e a ex-cozinheira e confidente Cristiane de Oliveira.
A música é um elemento essencial na construção do documentário, que mostra um Caymmi descontraído e divertindo-se ao improvisar performances de “Quem Vem?pra?Beira do Mar”, “O Vento”, “Sábado em Copacabana”, “A Vizinha do Lado”, “Marina”, entre outras.
Ao longo do processo de produção do filme, que durou quase cinco anos, a cineasta Daniela Broitman mergulhou na pesquisa da vida e obra a fim de conhecer as múltiplas facetas de Dorival, músico, pai, ator, marido, pintor, amigo. Também era importante para ela encontrar imagens e registros inéditos. “Dorival Caymmi era um ser muito iluminado, e mesmo sendo introspectivo e caseiro, tinha muitos amigos, era querido pelo público, pelos artistas e pela imprensa da época”, diz Daniela. “Há uma quantidade enorme de matérias de jornais, programas de televisão, entrevistas e links na internet (só no Google tem 549.000), mas eu queria mostrar um Dorival que não fosse aquele já conhecido e enaltecido por meio da TV, dos shows e da mídia em geral. Assim como no filme sobre o Marcelo Yuka, eu sentia que tinha como missão conhecer e revelar um pouco mais sobre sua alma, com toda sua luz, mas também com sua sombra. Ou seja, com toda sua humanidade”.
Ao buscar desvendar a alma do artista, seu processo criativo, suas paixões e seus dissabores, a narrativa diz algo universal sobre o que é ser um poeta da vida. Celebra também o afeto, a alegria de viver e o imaginário?caymmiano.
De acordo com o crítico de cinema Amir Labaki, fundador e diretor do festival, que é o principal evento dedicado exclusivamente ao cinema documental na América Latina, “a música de Dorival Caymmi tem o dom raríssimo de transportar-nos sempre para um universo mais suave e amoroso, único e próprio; o documentário de Daniela Broitman é um convite irresistível para revisitá-lo, melhor compreendê-lo e nele docemente nos perdermos sem querer voltar”.
Após sua?primeira?exibição?na Mostra Competitiva do É Tudo Verdade, “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”?seguiu uma trajetória de sucesso com participação em mais de 20 festivais?–?entre eles,?os renomados?DocLisboa?Festival Internacional de Cinema (Portugal) e Bafici?- Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (Argentina). O longa venceu?o Prêmio de melhor filme do Júri Popular e?o?Prêmio Especial do Júri no In-Edit Festival Internacional do Documentário Musical, ganhou o Crystal Lens?Award?no?Inffinito?Brazilian?Film?Festival?(EUA)?e rendeu à?diretora?uma homenagem no?Recine?(Rio de Janeiro). Também foi convidado a participar da Womex, a maior conferência do cenário musical global.
SINOPSE: Uma viagem irresistível pelo universo do cantor e compositor que revolucionou a canção no Brasil e influenciou gerações de músicos, abrindo caminho para movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália.?Traduzindo sensorialmente os versos de Caymmi, o filme passeia pela atmosfera vibrante dos pescadores baianos, as referências de raiz africana, a espiritualidade no candomblé, suas histórias de amor e elementos da natureza que tanto inspiraram a obra do artista.
Apresentando: Dorival Caymmi, seus filhos?e?músicos Dori, Nana e Danilo Caymmi, Caetano Veloso, Gilberto Gil,?Tom Jobim, a ex-nora e compositora?Ana Terra,?o neto Gabriel Caymmi, o produtor musical Guto Burgos e a ex-cozinheira e confidente Cristiane Oliveira.·
“Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”
Documentário | Longa-metragem | 2020
Direção, roteiro e produção: Daniela?Broitman
Realização: Videoforum Filmes
Coprodução: Spcine e Canal Brasil
Apoio: Icatu Seguros
Produtora associada: A Gente Produções
Distribuição:?Descoloniza Filmes
Ficha?técnica
Roteiro,?produção?e?direção: Daniela ?Broitman
Direção?de?fotografia:??Reynaldo?Zangrandi?e?Jacques Cheuiche, ABC
Som?direto: Yan?Saldanha
Montagem:?Jordana?Berg
Assistente?de?direção: Julia Kurc
Assessora?jurídica: Luana?Almeida
Produtora?associada: Manuela?Formosinho
Produtora?de?finalização: Camila?Gaglianone
Correção?de?cor: Henrique?Reganatti
Supervisão?de ?pós:?Giba?Yamashiro
Desenho?de?som?e?mixagem: Edson?Secco
Edição ?de?som: Julia?Teles e Rafael?Coutinho
Sobre a diretora?DANIELA BROITMAN
Nascida?em?São Paulo, Daniela?Broitman?é cineasta, produtora cultural e mestre em Jornalismo pela Universidade da Califórnia – Berkeley.
Trabalhou como repórter nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo e foi colaboradora de diversas revistas. Em 1997, mudou-se para os Estados Unidos, onde?cursou Produção de Vídeo Digital na New York?University?(NYU), fez seu mestrado e trabalhou como editora de vídeo e conteúdo em startups de San Francisco, nos Estados Unidos.
Em 2002, voltou ao Brasil e começou a filmar nas favelas do Rio.?Em?2003,?recebeu uma bolsa da Fundação Ford para completar seu primeiro documentário de longa-metragem, “A Voz da Ponta – A Favela Vai ao Fórum Social Mundial”. O filme foi exibido em festivais internacionais, como o Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano (Havana), African Diaspora Film Festival (NY), Festival dei Popoli (Itália), entre outros, e ganhou o Prêmio de Excelência da Brazilian Studies Association (BRASA).
A partir de sua?experiência com mais de 100 líderes comunitários, criou um projeto audiovisual social dedicado?às comunidades populares marginalizadas. Fundou então a produtora?Videoforum?Filmes, com enfoque em justiça social e combate à discriminação racial e de gênero. Com esse tema, fez o roteiro, dirigiu e produziu o documentário de longa-metragem “Meu Brasil”.
Nos últimos anos, trabalhou em documentários internacionais como “Rip! A Remix Manifesto” (EyeSteelFilm?e?NationalFilm?Board?of?Canada), na série “Witness”, da HBO (dirigido por Michael Mann, do filme “O Informante”) e coproduziu com o programa?Frontline/World da TV norte-americana PBS os documentários “Obama Samba”, “The Money?Tree” e “The Carbon?Hunters”.
Premiada com a mais conceituada?fellowship?para Artes pela Fundação Guggenheim de Nova York, dirigiu, produziu e roteirizou o documentário “Marcelo Yuka no Caminho das Setas”, que conquistou para a Videoforum Filmes o Prêmio de Incentivo à Qualidade do Cinema Brasileiro (PAQ – Ancine).·
Sobre as EMPRESAS·
VIDEOFORUM?FILMES |?Produtora
A Videoforum Filmes é uma produtora fundada pela cineasta Daniela Broitman há 15 anos em São Paulo, com filial no Rio de Janeiro.
Produziu os documentários de longa-metragem “A Voz da Ponta – A Favela Vai ao Fórum Mundial Social”, “Meu Brasil”, “Marcelo Yuka no Caminho das Setas” e “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”.
Com o filme sobre Marcelo Yuka, que foi fundador e baterista da banda O Rappa, a Videoforum ganhou o Prêmio de Incentivo à Qualidade do Cinema Brasileiro da Agência Nacional de Cinema (Ancine).
Também co-produziu com o programa Frontline World da TV pública norte-americana os documentários “The Carbon Hunters”, “The Money Tree”, “The Obama Samba”.
Co-realizou a Mostra PoliSonoridades – Filmes sobre Música e Política no Centro Cultural dos Correios – RJ. Produziu vídeos institucionais para empresas, ONGs e fundações, entre eles, “Puma ao Redor do Mundo – São Paulo” e “Recife Experiment”, vencedor do Webby Award.
Atualmente, a Videoforum está dedicada ao desenvolvimento de séries e longas-metragens, como o projeto “Discos Marcus Pereira”, e à produção de lançamento nos cinemas de “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”, ambos dirigidos por Daniela Broitman.·
SPCINE | Coprodutora
A Spcine é a Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo. Atua como um escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e novas mídias. O objetivo é reconhecer e estimular o potencial econômico e criativo do audiovisual paulista e seu impacto em âmbito cultural e social. Nossa missão é promover o fortalecimento e o desenvolvimento democrático, inclusivo e sustentável do setor audiovisual, por meio do pensamento, formulação, implementação e avaliação das políticas públicas, articulando parcerias, recursos e ações inovadoras. A empresa é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. Criada pela Lei 15.929/2013, teve sua autonomia técnica, fiscal e orçamentária garantida pela Lei 13.303/2016.·
CANAL BRASIL | Coprodutora
O Canal Brasil é o canal que mais coproduz cinema no país, com mais de 400 longas-metragens coproduzidos. No ar há 25 anos, reúne uma programação diversa com programas, séries, ficções, documentários e shows que apresentam retratos da cultura brasileira. O acervo do canal conta com obras dos mais importantes cineastas brasileiros e de várias fases do nosso cinema, com uma grade que conta a história da sétima arte do país. O que pauta o canal é a diversidade, com uma programação plural, composta por muitos discursos e sotaques. A palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.·
Sobre a distribuidora?DESCOLONIZA FILMES
A Descoloniza Filmes é uma distribuidora e produtora paulistana fundada por Ibirá Machado em 2017 com um propósito curatorial explícito em seu próprio nome. Lançou comercialmente seu primeiro filme em 2018, a produção argentina “Minha Amiga do Parque”, de Ana Katz. Desde então, levou aos cinemas outras 22 produções, dentre as quais “Carta Para Além dos Muros”, de André Canto, “Cavalo”, de Rafhael Barbosa e Werner Salles, “Gyuri”, de Mariana Lacerda, “Luz nos Trópicos”, de Paula Gaitán, e “Incompatível com a Vida”, de Elisa Capai. Para 2024 a distribuidora prepara o lançamento de mais 8 títulos nacionais, incluindo “Amanhã”, de Marcos Pimentel, “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”, de Daniela Broitman, “Toda Noite Estarei Lá”, de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, e “Maputo Nakuzandza”, de Ariadine Zampaulo.·
Sobre o É TUDO VERDADE
O festival, que nesse ano fará a sua 29ª edição em abril, foi criado em 1996 pelo crítico Amir Labaki visando contribuir para um olhar mais atento sobre a produção documental brasileira e internacional. É um dos raros eventos do mundo (e o único da América Latina) a classificar seus quatro vitoriosos pelos júris oficiais, os vencedores das competições brasileira de longas-metragens e de curtas-metragens e das competições internacionais de longas e de curtas-metragens, para inscrição direta para concorrer aos Oscars de melhor documentário de longa-metragem e de melhor curta-metragem documental.