Escolinha Maria Felipe realiza dia 12 de outubro o Festival Avante
A Escola Afro-brasileira Maria Felipa – primeira instituição de ensino infantil totalmente voltada a educação antirracista e afrocentrada registrada no Ministério da Educação no Brasil – realiza no Dia das Crianças, 12 de outubro, das 10h às 15h, a terceira edição do Festival “Avante, Maria Felipa”, com uma programação que entrelaça arte, cultura, educação, gastronomia e empreendedorismo. Voltado às diversas formas de famílias, o evento terá contações de histórias, lançamentos de livros, cozinha ancestral, afroeempreendoraas, espetáculo e música.
O “Avante, Maria Felipa”, que ocorrerá dentro das instalações da Escola, localizada na Rua Comendador José Alves Ferreira (Garcia), contará com o Espaço Ibejada, espaço interativo com atividades/brincadeiras divertidas e antirracistas, para crianças de todas as idades. O objetivo é apresentar uma cultura negra e indígena em articulação com a perspectiva de educação afroreferenciada que a Escola Maria Felipa adota.
Além de oferecer um espaço inclusivo e antirracista, a programaçào da terceira edição do Festival iniciará com a escritora e arte-educadora baiana Regina Luz, que irá fazer uma leitura do conto “Kianda”, que integra a coletânea “Pretinhos e Pretinhas Incríveis” (Themba Editora), com textos produzidos por escritoras e escritores negros organizado pelo renomado escritor baiano Marcos Cajé. A história traz a personagem Kianda, que numa festa de 02 de fevereiro conhece o que são os orixás, principalmente, Iemanjá.
Em seguida, o grupo Abians – formado por educadores e colaboradores da Escola Maria Felipa – irá apresentar o espetáculo Omolocum, que utiliza itans e a forças das divindidades de mareiz africana como estratégia para enfrentar as violências sociais contra o meio ambiente. “Os orixas, inkises e voduns sempre nos ensinam e inspiram como lidar com as adversidades cotidianas. O título “Omolocum” faz referência a um prato tradicional da culinária afro-brasileira, ofertada a Oxum/Ndandalunda, yabá símbolo de resistência e estrategista”, conta Cris, atual diretora da Escola.
Idealizadora e fundadora da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, a escritora e empresária Bárbara Carine irá fazer o pré-lançamento com autógrafos do livro “Educando crianças antirracistas”, que só chegará às estantes das livrarias no dia 20 de outubro. A publicação, que traz a pequena Kieza e a Escola dos Sonhos, é uma proposta didática de enfrentamento às situações recorrentes de racismo que têm crescido nos espaços escolares de todo o Brasil e do mundo.
Além do livro “Educando crianças antirracistas” Bárbara estará disponibilizando para venda outras publicações de sua autoria – “História Pretinha das Coisas”; “História Preta das Coisas”; “Descolonizando Saberes no Ensino de Ciências”, volume 1 e 2; “Descolonizando_saberes – Mulheres Negras na Ciência”; “Como ser um educador antirracista”; e “Querido Estudante Negro”.
Durante todo o evento, afroeempreendoras estarão expondo e vendendo produtos da economia criativa e do sagrado. Além de todas as ações citadas, o público poderá dançar e se divertir com a musicalidade do Dj angolano Fábio Lima, que trará em seu line up ritmos afrodiaspóricos – Afrobeats, Amapiano, Kuduro, Afro House, Zouk, Kizomba, Semba, Tarraxinha, Coupé-décalé, Azonto, Kabetula, Funana, etc. – e músicas de cantores negros brasileiros como Tim Maia, Jorge Ben, Djavan, Gilberto Gil, Ticoãns, Iza, Ludmila, Thiaguinho, Pericles, Turma do Pagode, Mariene de Castro, Riachão, ÀTTØØXXÁ, Juliana Ribeiro Thiago Thomé, Lazzo Matumbe, entre outros.
Toda a programação foi pensada a partir da metodologia educacional da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, que busca resgatar e valorizar os conhecimentos ancestrais africanos e indígenas. Fora toda a programação festiva e cultural, durante o dia 12 de outubro, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa estará realizando pré-matrícula com descontos de 50% na primeira mensalidade.
Quilombo Educacional
Baseada na história da líder negra e quilombola Maria Felipa, marisqueira e personagem importante nos combates para a Independência da Bahia, a Escola valoriza as constituições ancestrais não europeias e reconhece a forte influência ameríndia e fundamentalmente africana na formação sociocultural brasileira. Voltada a todas as crianças, negras e não negras, tem um currículo que valoriza o desenvolvimento humano de todas as existências, enfrentando as opressões estruturais da nossa sociedade, tais como: racismo, sexismo, capacitismo, transfobia, etc..
Sob uma gestão inteiramente feminina, que tem à frente duas mulheres negras e mães solos – Bárbara Carine (idealizadora e fundadora) e Maju Passos (sócia), a Escola Afro-brasileira Maria Felipa oferece uma educação infantil de ensino fundamental 1 e trilíngue (português, inglês e libras). Desde a criação, a Escola já conquistou reconhecimentos como: finalista na Categoria Educação do prêmio Sim à Igualdade Racial do ID_BR (2019 e 2024); 8° Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero (2022) e o Selo de Excelência UBORA/Defensoria Pública BA (2022).
Toda a proposta educacional inovadora é pautada em documentos oficiais do Ministério da Educação e está prevista nas leis 1o 0639/2003, que cria a obrigatoriedade do ensino de cultura e história africana e afro-brasileira em toda extensão curricular da educação básica, e 11645/2008, que altera a lei anteriormente citada, incluindo a educação indígena.
Vale pontuar que, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa está abrindo uma nova unidade no Rio de Janeiro, a ser inaugurada no dia 19 de outubro, com um grande mutirão de matrículas. A unidade, que terá seu primeiro ano letivo em 2025, tem como sócia a atriz Leandra Leal e já conta com cerca de 600 pedidos de pré-matrícula.