Grupo Botequim – Roda de Samba

Dando continuidade ao seu projeto “Homenagem ao Sambista”, em roda de samba, o Grupo Botequim estará homenageando um dos grandes mestres da música popular brasileira, Nelson Antônio da Silva, mais conhecido como Nelson Cavaquinho. Filho de família pobre, Nelson Antônio da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 29 de outubro de 1911. Morou na rua Mariz e Barros, mudando-se em seguida para a Silva Manuel, na Lapa. Depois, para a rua Joaquim Silva, nos Arcos, e daí para uma temporada no subúrbio de Ricardo Albuquerque. Finalmente moraria na Gávea. A música nasceu cedo em Nelson. Seu pai, Brás Antônio da Silva, tocava tuba na Polícia Militar. Nas tardes de domingo, a família se reunia, seu tio Elvino tocando violino e Nelson tentando acompanhá-lo num instrumento feito em casa: uma caixa de charutos com alguns arames esticados. Seu contato com a malandragem carioca começou cedo. Ele ficaria amigo de famosos e famigerados valentes como Brancura, Edgar e Camisa Preta. Na adolescência, morando na Gávea, entraria em contato com os chorões e sua músicas. Ficava fascinado com a perícia dos grandes mestres do cavaquinho e ia espiando e aprendendo os truques do instrumento. Como não tinha dinheiro para comprar um cavaquinho, treinava quando conseguia emprestado de alguém. Na década de 50, trocou o cavaquinho pelo violão. Mas não deixou a maneira de tocar com o polegar e o indicador que sempre impressionou instrumentistas como Paulinho da Viola, Turíbio Santos e Egberto Gismonti. Como compositor, notabilizou-se pela melancolia de sua poesia. E pela constância da morte em sua temática. “Sou um homem que está muito perto da fatalidade. Minhas músicas, por isso, falam sempre em morte e em Deus, não faltando os amores fracassados.” Nelson realmente viveu muitas tristezas. No começo da década de 40, depois de três dias e três noites na rua, tocando cavaquinho, quando voltou para casa, descobriu que sua mãe havia morrido e fora enterrada dias antes. os poucos o menestrel das ruas foi envelhecendo. Os cabelos tornaram-se brancos, as rugas fizeram residência em seu rosto. Com medo de ter problemas de saúde, parou de beber e de fumar. Já não mais varava as noites em claro, não desaparecia por dias seguidos. Mas continuava com o violão. Todos os dias, abraçava-o carinhosamente, com seu estranho hábito de tocá-lo quase na vertical. As composições foram rareando, no entanto, persistiram até o fim. Na madrugada do dia 18 de fevereiro de 1986, aos 74 anos, ele morria, vítima de enfisema pulmonar.
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