Diante da vida moderna e a grande quantidade de informações, quereres e desejos, o minimalismo no agir e o respeito cuidadoso com as nossas relações, sejam elas, sociais, amorosas, políticas ou profissionais, surge como respiro para enxergarmos o outro.

Quase chegando a dois anos de profunda imersão no projeto QUEIRA, inúmeras sementes germinam sob nossa consciência e inconsciência como resultado de um mergulho interno na nossa alma, no humanismo que reside em todos nós, tendo a vida de Camila como uma das fontes de múltiplas especiarias e ingredientes, para a construção de uma experiência mais ampla, onde trás o questionamento como ferramenta de evolução e o auto-conhecimento como o caminho para a paz e a liberdade do sentir.

Em meio às profundezas da experiência como toda, PEQUENOS ATOS surge como uma nova oportunidade para oxigenar nosso fluxo criativo e produtivo, trazendo uma leveza no pensar e agir, como ponte para a realização de experiências coletivas. Nos tempos de hoje, as pequenas ações, seus atos diante do mundo e dos problemas, farão toda diferença para a mudança real do futuro que deseja. É com esse conceito, que o “PEQUENOS ATOS” nasce como um sub-projeto do QUEIRA que se propõe a realizar experiências que sejam convidativas e leves diante da complexidade e relatividade existente nos sistemas e jogos em que vivemos.

O projeto com estrutura minimalista, abriga no seu âmago um método participativo e ativo de valorização das faíscas e fogos que já residem ao nosso redor. Continunando uma das diretrizes da primeira etapa do QUEIRA, o “Primeiro Ato” – iniciado em 2014 e que hoje está sendo divulgada a gravação nas redes sociais – a proposta tem como objetivo principal a celebração e reverência aos compositores locais, criadores vizinhos que generosamente compartilham histórias e estórias com a cidade e com o mundo. Camila, apesar de ser o ponto de partida, se retira enquanto foco do espetáculo, porém ao mesmo é núcleo dessa proposta agregadora, e se coloca como observadora e absorvedora do que será compartilhado nos shows, focando nas criações de alguns compositores que participaram do Primeiro Ato e outros da cidade. Nomes como Kacá Novais (compositor de “Outros encantos” e primeira parceria com show para sexta-feira agora), Tito Bahiense que compôs “Vento Novo”) e com Manuca Almeida fazendo “Queira”, Rita Tavarez – música e sua inigualável “Carta a los reyes”, Edu Alves com “Mãos ao alto”, entre outros nomes que tentaremos colaborar. Todas as músicas estão no repertório do Primeiro Ato.

O show além de ser a apresentação de músicas do compositor convidado e das criações de Camila, também será o convite para outros músicos, compositores e artistas chegarem mais próximo, do que denomimamos “fogueira”. O show é uma faísca e as chamas geradas tem energia e calor, porém são momentâneas. O convite nas redes e no interpessoal se expande também a artistas específicos para assistirem e colaborarem, servindo também como um convite a um diálogo menos pragmático e estruturado, concentrando-se na valorização do consumo “intra-mercado”, ou seja, artistas locais consumindo artistas locais. Um movimento do canibalizar-se positivamente.

Diante dessa perspectiva, conceitos e propostas, o projeto não tem um ponto final. Ele terá um método próprio de criação focado na colaboração e a operação se dará de forma simples por uma tríade equilibrada entre Camila, o compositor/artista convidado e a produtora responsável, e possiveis outros instrumentistas. Os locais dos shows serão escolhidos a partir do caráter intimista que a casa puder proporcionar, além de já ter uma estrutura mínima técnica para que a equipe, o artista e o compositor se concentrem na construção do repertório do show e na peculiaridade da experiência como todo.