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Aldeia Nagô
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Festival Estudantil de Artes Cênicas ano II ocorre de 8 a 17 de dezembro

8 - 11 minutos de leituraModo Leitura
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Festival Estudantil de Artes Cênicas – FESTAC chega ao seu segundo ano querendo discutir como é criar, produzir e gerir montagens cênicas dentro das escolas secundaristas e universidades de Artes Cênicas baianas.

Em 2017, o festival realizado numaparceria entre os coletivos teatrais COATO e COOXIA, e a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (ETUFBA) ocorre entre os dias 08 e 17 de dezembro, em vários espaços culturais da cidade e ocupando ruas do centro soteropolitano.

Para os realizadores, o intuito do FESTAC – ano II é ser mais um espaço possível de encontro entre artistas criadores que estão em processo de formação. Além disso, busca ampliar o diálogo da produção universitária com diferentes públicos a partir da ampliação no acesso as mesmas; e promover intercâmbios artísticos e profissionais. Ao todo, em 2017, foram recebidas 53 propostas de espetáculos nas áreas de Teatro, Dança, Performance e Circo, dentro da caixa ou ao ar livre.

Para a curadoria de todo esse material, o FESTAC ano II contou com o crivo de profissionais renomados das artes cênicas baianas: Ana Paolilo (Gestora Cultura do Teatro Sesc Senac Pelourinho e curadora do Palco Giratório), Ivani Santana (Professora do Instituto de Humanidades Artes e Ciências da UFBA) e Thiago Carvalho (Produtor Cultural e Diretor de Teatro). Ao todo, foram selecionados 12 espetáculos da capital e do interior do Estado (Feira de Santana, Ilhéus, Jequié e Santo Antônio de Jesus).

Ivani Santana, que também é líder do Grupo de Pesquisa Poéticas Tecnológicas: CorpoAudiovisual, destaca a diversidade dos espetáculos inscritos e o estímulo que festivais universitários como o FESTAC proporcionam aos artistas. “Muitos trabalhos inscritos demonstram o desejo por um caminho estético próprio e isso é muito importante. A existência de um festival estudantil proporciona oamadurecimento de todos, de quem se inscreve, de quem apresenta, de quem assiste e de quem produz. Trata-se de um momento de aprendizado, de compartilhar o conhecimento, de troca de experiências e de saberes”.

O Festival contará ainda com dois espetáculos convidados, que abrirão e fecharão a programação. A montagem O Auto da Barca de Camiri, da dramaturga Hilda Hilst, primeiro espetáculo de rua da Universidade Livre do Teatro Vila Velha e que traz como protagonista o guerrilheiro Che Guevara, com direção de Erick Saboya e Vinicius Bustani, será a responsável por abrir o FESTAC no dia 08 de dezembro, às 17h, na Praça do Campo Grande.

Para Erick Saboya, a participação em festivais de teatro “é uma ótima oportunidade de trocar com outros grupos que estejam também em formação de forma que seja absorvido, através da vivência e diálogo, outras maneiras de se aprender teatro e assim ampliar os próprios métodos e maneiras de executar a arte. Será também uma ótima oportunidade para o amadurecimento do espetáculo (e intrinsecamente de todos os envolvidos), pois está viabilizando uma “segunda temporada” (de apenas uma apresentação!) e aperfeiçoamento da nossa práxis”.

Ele avalia que os festivais são “uma poderosa plataforma para o alcance de um público mais ampliado”. “Nesse momento, vemos uma necessidade de amplitude do alcance do discurso que o texto proporciona e levar para rua é mais que premente. Além de discutir a evasão de público do teatro, pois na rua o público espontâneo recebe nossa mensagem de forma inesperada e é nisso que acreditamos ser eficaz quanto a absorção dos valores que o teatro deva passar”, realça Saboya.

Para fechar a programação, o espetáculo de dança Só não me acorde antes, obra do GDC – Grupo de Dança Contemporânea da Escola de Dança da UFBA, que utiliza o mundo mágico, do sonho e onírico para falar da ressignificação do indivíduo como processo para a significação coletiva e vice-versa. A diretora do espetáculo Daniela Guimarães explica que a montagem trabalha com a improvisação e criação em tempo real, e a relação entre dança, música, luz e cinema.

Com temáticas sócio-políticos – família, homossexualidade, ditadura militar, racismo, genocídio da juventude negra, suicídio, loucura, etc. – e lúdicas – mundo dos sonhos e o circo, os espetáculos selecionados para o ano II foram: Eu é Outro: Ensaio sobre Fronteiras (espetáculo que está integrado a partir da programação do evento Utopias e Heterotopias – 09/12); Partiste(10/12); Magdala(11/12); 22294, O Fronteiriço e Sublime é a Noite (12/12); Breu (13/12); ZambiDesviante (13 e 14/12); Inventários – O Despertar (14/12); Missa do Sétimo DiaNenhuma Carta (16/12);Criativos, Hein? (16/12); e Grão Circo (17/12). A programação com horários e espaços de apresentação estão abaixo.

Com ingressos a preços populares, com valores de R$8,00 (inteira) e R$4,00 (meia), o FESTAC ocupará os seguintes espaços culturais da cidade: Teatro Martim Gonçalves, Teatro Xisto Bahia, Teatro Gregório de Matos, Espaço Cultural da Barroquinha, Teatro Sesi Rio Vermelho e o Teatro do Movimento da Escola de Dança da UFBA. A apresentação de O Auto da Barca do Camiri ocorrerá na Praça do Campo Grande e será gratuita.

A apresentação do espetáculo Eu é Outro: Ensaio sobre Fronteiras dentro do II FESTAC ocorre por meio de um intercâmbio do festival com o evento UTOPIAS E HETEROTOPIAS, que ocorre de 5 a 10 de dezembro, no Teatro Martim Gonçalves, realizado pelo Grupo de Pesquisa Poéticas Tecnológicas: CorpoAudioVisual, do Instituto de Humanidades Artes e Ciências da UFBA.

Além das apresentações artísticas, o FESTAC oferecerá gratuitamente 06 oficinas artísticas, sessões de diálogos com as produções participantes e artistas pesquisadores que dialoguem com o seu modo de fazer; e um Workshop de Crítica Cultural, que tem como facilitadores dois redatores da Revista Barril, Daniel Guerra e Igor Albuquerque, especializada em crítica.

Contará ainda com a mesa “Gerir Resistência”, sobre sustentabilidade e manutenção de festivais universitários, com Bárbara Boff (Festival Estudantil de Teatro – FETO – Belo Horizonte/MG), Felipe Assis (Festival Internacional de Artes Cênicas – FIAC) e Fábio Hostet (Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau – FITUB – Blumenau – SC). Para Assis, os festivais universitários contribuem para o pensamento em gestão de carreira do artista, posicionamento no circuito, criação de portfólio, aprendizado de aspectos logísticos e de produção.

“Esses eventos são fundamentais para a formação global do artista, que não está somente ligada aos desafios técnicos e poéticos da linguagem, mas ao campo profissional.  São também o ambiente no qual se cria a comunidade do artista em formação, ou seja, o público que provavelmente irá acompanhar o artista/ grupos em futuras criações. O ambiente profissional não está desvinculado do ambiente de formação”, realça o coordenador geral do FIAC.

O objetivo das sessões de diálogo com os artistas dos espetáculos e da mesa é possibilitar uma troca de convivência sobre diferentes pontos de vistas em relação de como foi viabilizar a produção do seu processo artístico, além de possibilitar que as produções saiam nutridas de outras perspectivas e maneiras de se gerir produções ainda em contexto estudantil.

Em sua primeira edição, que ocorreu em 2015, ainda com o nome “I Festival da Escola de Teatro da UFBA”, foram apresentados 10 trabalhos – entre espetáculos, performances e instalações, e 07 oficinas abertas ao público em geral.

Mediação

Em seu segundo ano, o festival aproxima as Artes Cênicas com as escolas públicas de Salvador, através de um processo de Mediação Cultural, estabelecendo parcerias com projetos que promovem a acessibilidade das artes do espetáculo aos estudantes da rede pública e rede privada.

Realizadores

O II FESTAC – Festival Estudantil de Artes Cênicas é realizado numa parceria entre os Coletivo COATO, COOXIA e a Escola de Teatro da UFBA. O COATO, fundado em 2014 por artistas multiáreas, deseja o abraço entre as novas mídias, artistas, cênicxs, cena, cine, vocal, som, movimento, dança, performance/misancene.

Fazem parte do repertório deste coletivo os espetáculos Arquivo 64/15 – Porões da DitaduraMaçã – Um acontecimento Cênico(que teve duas indicações ao Prêmio Braskem de 2016) e Eu é Outro – Ensaios sobre Fronteiras, mais novo trabalho que vem rodando festivais em todo Brasil.

Já o COOXIA – Coletivo Teatral nasceu em 2013, mas foi somente em 2015 que o grupo realiza seu primeiro projeto independente, a montagem do espetáculo Escavadores, que reunia em cena o jovem ator André Luís Silva e o veterano mestre Harildo Déda, sob a direção de João Saraiva. O grupo vem trabalhando como um conjunto orgânico de artistas livremente associados desde 2013. Em parceria com Escola de Teatro da UFBA e a Transformação – Projeto Culturais produziram o premiado espetáculo Longa Jornada Noite Adentro, com direção de Harildo Déda.

Desde então, realizou outros espetáculos como Volta ao LarRomeu e JulietaOs FísicosPaco e o TempoAvesso, este último vencedor do Prêmio Braskem de Teatro, na categoria melhor espetáculo infanto-juvenil, em 2016. O COOXIA também vem se debruçando em projetos de formação. Vale lembrar que os dois coletivos são formações por artistas egressos da UFBA.

A ETUFBA, primeira escola superior de teatro do Brasil, tem papel fundamental na história das Artes Cênicas produzidas na Bahia e no país. Atualmente, contando com cerca de 400 estudantes em seus 03 cursos de graduação – licenciatura em teatro e bacharelados em interpretação teatral e direção teatral –  e no programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, ela segue como a principal instituição voltada para formação de artistas de teatro no estado.

O II FESTAC tem o apoio financeiro do Calendário das Artes 2017, edital da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), Governo do Estado da Bahia; e do Programa de Extensão Universitária, da Universidade Federal da Bahia (PROEXT/Ufba).

PROGRAMAÇÃO DE ESPETÁCULOS ARTÍSTICOS

08 DE DEZEMBRO – ABERTURA

– Auto da Barca de Camiri

17h, Praça do Campo Grande

09 DE DEZEMBRO

– Eu é Outro: Ensaios sobre Fronteiras – COATO coletivo

20h, no Teatro Martim Gonçalves

10 DE DEZEMBRO

– Partiste + Bate-papo

18h, Teatro Sesi Rio Vermelho

– Magdala

17h, na Escola de Teatro da UFBA

11 DE DEZEMBRO

– Mesa – Gerir Resistência, com Bárbara Boff (FETO), Felipe Assis (FIAC) e Fábio Hostet (FITUB)

15h, Teatro Martim Gonçalves

12 DE DEZEMBRO

– 22294, O Fronteiriço – nascido às margens das lembranças que vêm de dentro

19h, Teatro Gregório de Matos

– Sublime é a Noite

20h, Teatro Martim Gonçalves

– Bate-papo: Magdala

15h, Teatro Martim Gonçalves (Foyer)

13 DE DEZEMBRO

– Zambi

17h, Espaço Cultura Barroquinha


– Desviante

19h, Teatro Gregório de Matos

– Breu

20h, Teatro Martim Gonçalves

14 DE DEZEMBRO

– Zambi

16h, Espaço Cultura Barroquinha


– Bate-papo: Breu + Zambi

17h, Espaço Cultural Barroquinha

– INventários em: O DESPERTAR + Bate-papo

19h, Teatro Martim Gonçalves

– Desviante

19h, Teatro Gregório de Matos

15 DE DEZEMBRO

–  Missa do sétimo dia

18h, Teatro Gregório de Matos

– Nenhuma Carta

20h, Teatro Martim Gonçalves

– Bate-papo: Desviante

15h, Teatro Martim Gonçalves (foyer)

16 DE DEZEMBRO

– Criativos, Hein?!

18h, Teatro Martim Gonçalves

– Bate-papo: Nenhuma Carta + Missa do Sétimo Dia

15h, Teatro Martim Gonçalves (Foyer)

17 DE DEZEMBRO

– GrãoCirco

11h, Teatro Martim Gonçalves

– Bate-papo: Grão Circo + Zambi

15h, Teatro Martim Gonçalves (Foyer)

ENCERRAMENTO

– Só não me acorde antes

20h, Teatro Martim Gonçalves
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