FIAC Bahia: Seminário internacional amplia discussões sobre as artes e a cultura na bahia
Desde 2008, o FIAC Bahia tem investido em atividades formativas para contribuir com o futuro das artes no estado. Além de promover oficinas gratuitas para artistas locais, a 15ª edição do festival reforça essa proposta com a realização da 9ª edição do Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas, que acontece de 23 a 27 de outubro no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (Rua da Graça, 284) integrando a programação do FIAC 2024.
O Seminário tem coordenação da artista, pesquisadora e educadora Rita Aquino, e é realizado pelo FIAC em parceria com a Universidade Federal da Bahia. Ele vai promover encontros, diálogos e atividades performativas com a participação de artistas, gestores e pesquisadores do Brasil e de Portugal.
A partir da questão trazida nesta edição do FIAC, “Que Bahia é essa?”, o Seminário propõe discutir processos de internacionalização das artes cênicas, relações entre práticas curatoriais e criação artística, o papel da universidade para a formulação de políticas que promovam a cultura do acesso e participação social, assim como um olhar para a importância dos espaços artísticos em seus territórios. As atividades do Seminário são gratuitas e contam com tradução e interpretação em Libras.
As atividades formativas do FIAC Bahia se complementam este ano com a realização de três oficinas gratuitas. Na oficina Giganteia, do grupo mineiro Pigmalião Escultura que Mexe, participantes irão escolher juntos um personagem de Salvador e então construir um boneco gigante em sua homenagem, de modo a intervir nos regimes de visibilidade e invisibilidade na cidade através de uma ação pública, que também integra a programação do Seminário, no último dia do festival.
Destaca-se ainda a parceria com a Forecast, plataforma internacional alemã dedicada a facilitar, orientar e promover práticas criativas pioneiras. A Forecast estará presente no FIAC com uma residência artística envolvendo os artistas Alice Ripoll (RJ) e Mehdi Dahkan (Marrocos), que apresentarão no dia 26/10 uma mostra do processo de criação desenvolvido durante o festival, com a colaboração de três países. Toda a programação das atividades formativas do FIAC pode ser acessada no site do festival: www.fiacbahia.com.br.
FIAC Bahia 15 – Que Bahia é essa?
Data: De 22 a 27 de outubro de 2024
Ingressos: R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira) – https://www.sympla.com.br/fiacbahia
Informações: www.fiacbahia.com.br / @fiacbahia
Vogue Funk (RJ)
Vogue Funk retrata o encontro de dois universos que organicamente já vem acontecendo nas ruas das periferias brasileiras: a cultura funk e a cultura ballroom/vogue. Ambas intrinsecamente conectadas por sua origem periférica, predominante preta, marginalizada e LGBTQIAPN+, elas trazem para os holofotes DJs, Bailes/Ball, batalhas, MC / Chants, vestimentas, coreografias, atitude, passinhos e movimentações tão característicos de cada movimento. Assim, esse espetáculo carioca vira o encontro de duas culturas e universos que se assemelham e que se complementam. É luta de classes, de gêneros, de espaço. É acolhimento, é artevismo, é política, é sobre vida, sobre(viver). É a favela e a periferia como o epicentro cultural do Brasil contemporâneo! Direção geral: Patfudyda (Wallace Ferreira). Intérpretes-criadores: André Oliveira DB, Codazzi IDD, JUJULIETE, Juninho do Quebra, Kill Bill, Maylla Eassy, Preta QueenB Rull, The Overall Princess Legendary Wallandra.
Dia 22/10, às 19h
Teatro Experimental
Duração: 60 min
Classificação indicativa: 16 anos
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: Gratuito, com ingressos retirados em www.sympla.com.br/fiacbahia
Subject to (Marrocos)
Subject to, performance com concepção e interpretação de Mehdi Dahkan (Companhia Jil Z, do Marrocos) é inspirada principalmente no ritual Tanjawi de contemplação da Europa. Indivíduos de diferentes idades se reúnem no ponto mais alto da cidade de Tânger, onde se sentam em contemplação, olhando para a Europa por longos períodos de tempo, muitas vezes sem dizer uma palavra. A natureza transformadora da espera – as reviravoltas do abandono, do desejo e sua complexa interação com o tempo – compõe a base de Subject To, que levanta questões fundamentais sobre as motivações que levam um indivíduo a olhar e sonhar com um outro lugar, explorando o processo de idealização e como ele é moldado por influências pessoais, globais ou sociais. Esperar é uma escolha voluntária ou uma ação forçada? O que sustenta o desejo que se intensifica ao longo do tempo? E, finalmente, a mudança é uma força inevitável, independentemente de realizarmos ou não nossos desejos?
Dias 23/10 e 24/10, às 17h
Teatro Gamboa
Duração: 30 min
Classificação etária: Livre
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 – Ingressos vendidos em www.sympla.com.br/fiacbahia
SAMPLE: é que nem cortar quiabo (BA)
Quais danças dos nossos mais velhos compõem nossas camadas de memórias? SAMPLE: é que nem cortar quiabo, com direção e interpretação de Brunno de Jesus, reverencia artistas das danças negras da Bahia, como Mestre King e Nadir Nóbrega, para identificar e seguir rastros, ao mesmo tempo em que se transforma em outras danças. Samplear essas danças é dançar a sua dança memória. É criar a partir de um jeito de corpo, um modo de entender memória como camadas entre o tempo. Cortar quiabo para nutrir e fortalecer o desejo que move danças, move sons, vibra na pele. Alimento do orixá Xangô e Oyá, que aquece a dança do agora. Um solo livremente inspirados no maculelê, dança dos Orixás e interação sonora com o público, que constrói, junto ao artista, inúmeras paisagens.
Dia 23/10, às 19h
Teatro Martim Gonçalves
Duração: 40 min
Classificação indicativa: 14 anos
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 – Ingressos vendidos em www.sympla.com.br/fiacbahia
Museu do Que Somos (BA)
Museu do Que Somos é uma experiência teatral imersiva que mistura teatro, performance e museologia, onde o público é convidado a atuar como curador de uma exposição viva, auxiliando, sugerindo e compondo o Museu do Que Somos a partir de documentos oficiais, narrativas biográficas, movimentos coletivos e vivências performativas. É assim que essa montagem do CORRE Coletivo Cênico se define, questionando a hegemonia de determinadas narrativas para explorar temas como senso de comunidade, representações afetivas e o impacto do colonialismo na cultura contemporânea. Histórias pessoais e coletivas levam os atores a vestirem múltiplas identidades para refletir sobre o legado ancestral e o patrimônio que estamos construindo para o futuro. A cada novo “museu” criado, novas perguntas surgem: O que é um museu? Quem escolhe o que é exposto? Como é o seu museu? Direção, argumento e dramaturgia: Luiz Antônio Sena Jr. Texto: Luiz Antônio Sena Jr com a colaboração do elenco. Elenco: Anderson Danttas, Muri Almeida e Rafael Brito.
Dia 24/10, às 19h
Museu de Arte Contemporânea
Duração: 1h30
Classificação etária: Livre
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: Gratuito, com ingressos retirados em www.sympla.com.br/fiacbahia
Eu Cá Com Meus Botões (BA)
Eu Cá Com Meus Botões coloca em cena o bailarino Adriano Alves, do Coletivo Trippé (Juazeiro – BA), em seu terceiro espetáculo para crianças, a partir de um grande desafio: falar poesias com dança em espaços urbanos. Vivências poéticas (botões) desaguam em uma montagem que se relaciona com a cidade, mas que transforma a cena no grande reinado, onde podemos ser e viver. De passo a passo, lembrança em lembrança, vai se costurando botões em uma busca atemporal. Intérprete-criador: Adriano Alves. Direção: Thom Galiano.
Dia 25/10, às 16h
Na rua, em Alagados
Duração: 60 min
Classificação etária: Livre
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: Gratuito
CONTRA XAWARA, Deus das Doenças ou Troca Injusta (RN)
Juão Nyn, em sua performance contracolonial, revisita o encontro entre indígenas e colonizadores. Em um manifesto de poesia concreta, CONTRA XAWARA propõe uma reflexão sobre o passado e presente, onde 2024 pode ser 1492, e o colonizador tem a oportunidade de se ver no espelho abandonado, questionando o próprio reflexo e a história que carrega. Xawara, na cosmologia Yanomami, é a “fumaça da epidemia da morte”, enquanto Ka’atimbó, no entendimento Potyguara dos pajés, é a fumaça sagrada da mata. O movimento “Contra Xawara” é um movimento contrário às manifestações destrutivas da Xawara, utilizando a fumaça sagrada que conecta mundos materiais e imateriais. Essa oposição simbólica reflete a luta dos povos indígenas contra as ameaças trazidas pelas invasões coloniais e suas consequências mortais.
Dia 25/10, às 19h
Teatro Martim Gonçalves
Duração: 60 min
Classificação indicativa: 10 anos
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 – Ingressos vendidos em www.sympla.com.br/fiacbahia
Meu Corpo Está Aqui (RJ)
Meu Corpo Está Aqui convida o público a uma jornada de reflexão profunda sobre afeto e sexualidade, colocando em cena experiências pessoais de atrizes e atores PCDs (pessoas com deficiência). A peça propõe uma aproximação com a intimidade, a vitalidade e a potência desse grupo, que assume, sem estereótipos, ser protagonista de suas próprias histórias. Num diálogo aberto sobre relacionamentos e desejos, o elenco mistura ficção e realidade para expor como a sociedade perpetua visões distorcidas dos seus corpos, provocando o público a questionar seus próprios padrões e preconceitos. Texto: Julia Spadaccini e Clara Kutner. Direção: Clara Kutner e Julia Spadaccini. Elenco: Bruno Ramos, Haonê Thinar, Pedro Henrique França e Pedro Fernandes. Ator/Intérprete de Libras: Jadson Abraão.
Dia 26/10, às 19h
Teatro Martim Gonçalves
Duração: 60 min
Classificação indicativa: 16 anos
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 – Ingressos vendidos em www.sympla.com.br/fiacbahia
L’Homme V. (França)
L´Homme V. traz Vincent Warin, da Cie 3.6/3.4 (FR) numa performance acrobática de BMX – também conhecido como bicicross –, acompanhada por violoncelo ao vivo. O que inicialmente parece um solo, esse encontro surpreendente vai se transformando diante do público em um pas de deux cheio de bom-humor, delicadeza e tensão. Os levantamentos, desequilíbrios e movimentos vertiginosos se sucedem ao ritmo do violoncelo e quando a melodia toma conta da cena, energizando o balé apresentado por esse par harmonioso, o ser humano e a bicicleta se dissolvem, dando lugar a uma nova entidade: L’Homme V. Coreografia: Cyrille Musy. Interpretação BMX: Vincent Warin. Composição musical: William Schotte
Dia 27/10, às 10h e 16h
Museu de Arte Contemporânea
Duração: 40 min
Classificação indicativa: Livre
Ingresso: Entrada franca
Batom de Beterraba (BA)
Em Batom de Beterraba, a Companhia POLEM, da Chapada Diamantina (BA) coloca as técnicas circenses como elementos que contribuem para convidar o público a viver uma jornada sensorial ao universo da feminilidade, na visão de mundo de mulheres artistas. Enquanto força capilar, bambolê, parada de mão e teatro físico traduzem a delicadeza e a intensidade das experiências vividas por elas, elementos como beterraba, panela e temperos surgem em cena para criar novas narrativas nesta relação entre o corpo, a identidade e a celebração da arte feminina. Um espetáculo para todas as idades, onde o lúdico e o poético se encontram em diálogo constante. Elenco: Arapuá, Calypso, Carol Yanina e Diane Naitai.
Dia 27/10, às 17h
Teatro Martim Gonçalves
Duração: 60 min
Classificação indicativa: Adultos e Jovens a partir de 15 anos
Com TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 – Ingressos vendidos em www.sympla.com.br/fiacbahia
Oficinas FIAC Bahia 2024
Em 2024 o FIAC Bahia oferece três oficinas gratuitas para conexão e troca de experiências: “Ensaios de Confronto”, que investiga os princípios históricos, estéticos e comunitários da cultura ballroom (duas turmas, nos dias 23 e 24 de outubro, com Patfudyda – RJ); “Giganteia”, que escolherá uma personagem de Salvador que seja importante para o território e então construir um boneco gigante em sua homenagem, usando técnicas para intervir nos regimes de visibilidade e invisibilidade na cidade através de uma ação pública no último dia do festival (com o Grupo Pigmalião Escultura que Mexe – MG); e “Entre a régua e o compasso, com que passo a Bahia me pariu?”, que vai trabalhar histórias particulares a partir de uma frase/fala trazida por cada participante, numa construção criativa entre presença, palavra, movimento e território (com Ana Paula Bouzas – BA). As inscrições devem ser feitas entre os dias 12 e 17 de outubro, preenchendo um formulário virtual disponibilizado no site www.fiacbahia.com.br
9° Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas
O Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas chega a sua 9ª. edição entre os dias 23 e 27 de outubro no FIAC Bahia, assumindo o importante papel de criar um espaço de troca de conhecimentos entre público, artistas, intelectuais e agentes culturais. Todas as atividades do Seminário são gratuitas, contam com interpretação e tradução em Libras, e acontecem no Museu de Arte Contemporânea (Rua da Graça, 284, Graça). Confira a programação do Seminário, em cada dia do Festival:
- Dia 23/10, das 14h às 15h30 – DIÁLOGOS 1: Plataformas de internacionalização: estratégias e desafios, com Francis Wilker (CE) e Guto Muniz (MG);
- Dia 24/10, das 14h às 15h30 – DIÁLOGOS 2: Curadoria e criação: processos artísticos em cena, com Felipe de Assis (BA) e Daniele Ávila Small (RJ);
- Dia 24/10, das 16h às 17h30 – PARTILHA: Espaços artísticos em Salvador: territórios, comunidades e públicos. Com Daniel Moreno e Jones Mota (Teatro Cereja), Ellen Mello (Cada Arte Dá Trabalho), Fernanda Paquelet (Galpão Wilson Melo), Gordo Neto (Casa Preta), Luana Serrat (Circo Picolino), Maurício Assunção (Teatro Gamboa), Robson Mol (Doutorando PPGAC UFBA), Thiago Carvalho (Casa Evoé);
- Dia 25/10, 14h às 15h30 – DIÁLOGOS 3: Universidade como instituição cultural: o papel da pesquisa em relação aos regimes de visibilidade e acesso às artes, com Rita Aquino (BA) e Edu O. (BA);
- Dia 26/10, das 14h às 15h30 – Conferência e lançamento de livro: Práticas artísticas, participação e política, com Hugo Cruz (POR);
- DIA 27/10, horário a confirmar – Ação pública como resultado da Oficina Giganteia, que coloca nas ruas um boneco gigante em homenagem a uma personagem inviabilizada na cidade de Salvador. Com Eduardo Felix e Marina Arthuzzi – Grupo Pigmalião Escultura que Mexe (MG).