Aldeia Nagô
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FLIQUINHA convida a criançada para discutir temas sérios em ambientes lúdicos

4 - 6 minutos de leituraModo Leitura

A criação de um ambiente lúdico onde possam ser discutidos temas reais e importantes relacionados à infância é a proposta do Espaço Fliquinha, um dos mais concorridos da FLICA, que este ano acontece de 17 a 20 de outubro com o tema “O Mundo da Literatura em Festa”. Dedicado ao universo da literatura infantojuvenil, o destaque da programação são as contações de histórias, introduzindo temas necessários sem nunca perder a leveza.

Especialistas nessa alquimia entre o real e a fantasia, os autores Ricardo Ishmael e Renato Moriconi são convidados confirmados da Fliquinha, que também vai receber a apresentação do espetáculo Dandara na Terra dos Palmares, uma Produção da Sintonia Companhia de Teatro, que trata de igualdade racial e formação de identidades.

Reconhecida nacionalmente como um dos maiores e mais respeitados eventos literários do país, a 12ª FLICA é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB) em parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a LDM (livraria oficial do evento) e conta com o apoio, através da ação Bahia Literária, do Governo do Estado da Bahia.

Palavras que abraçam  Pela oitava vez participando da FLICA, o escritor baiano, jornalista e dono do título de cidadão cachoeirano Ricardo Ishmael volta no dia 18 de outubro (sexta-feira) ao Espaço Fliquinha, agora com o seu mais novo lançamento “Por que as nuvens choram?”. Lorena Ifé, jornalista nascida em Cachoeira, é quem estará à frente da contação da história de uma família formada por uma mãe dona de casa e uma filha de 10 anos que sofrem violência doméstica praticada pelo homem, que é ausente em seu papel de pai e marido. A obra é um retrato da estrutura frágil que muitas famílias vivem e a sobrecarga que pesa sobre as mulheres, vista sob o olhar de uma criança.

“Nas últimas edições, tenho sempre buscado trazer pessoas que agreguem à minha participação e convidei este ano Lorena Ifé. A ideia é ter uma mulher negra à frente desta contação, pois acho importante que a gente utilize nossos espaços de visibilidade para trazer outras pessoas para o protagonismo. Precisamos falar sobre violência familiar e ouvir as crianças que passam por isso. Esse livro nasceu do pedido de uma criança, que me confidenciou que os pais brigavam em casa e me pediu uma história com um final feliz. Eu quero que crianças e adolescentes leiam e possam compreender que há uma saída através do diálogo e que podem pedir ajuda”, conta Ricardo Ishmael.

Um mergulho na infância – Entre os autores confirmados no Espaço Fliquinha, também está Renato Moriconi, artista plástico de São Paulo que, há mais de 20 anos, dedica-se a criar livros ilustrados, somando obras publicadas dentro e fora do Brasil. Ele participou da edição de 2017 e, sete anos depois, retorna para mediar a leitura do seu livro “Dia de Lua”.

“Gosto muito da definição da Fliquinha enquanto sessão dedicada às infâncias, é assim que eu também penso o público dos meus livros. São livros dedicados às infâncias, tanto dos leitores, adultos e crianças, quanto a minha. Quando eu crio um livro, eu mergulho na minha própria infância, essa fase bastante marcante que permanece em nós pelo resto da vida. Eu imagino a literatura como um início de conversa sobre o tema que o livro traz, sobre as ideias e as provocações que o livro gera nos leitores”, adianta Renato.

Igualdade racial em cena  No dia 18 de outubro, o espetáculo “Dandara na Terra dos Palmares” chega à FLICA pela segunda vez, após percorrer diversas cidades baianas e se conectar com milhares de espectadores. O produtor e escritor da peça, Antônio Marques, destaca a importância da promoção da igualdade racial na educação infantil. Ele explica que a peça foi concebida para proporcionar uma representação positiva para crianças em processo de formação de suas identidades, perante um contexto em que o racismo ainda é uma realidade dolorosa.

“A peça tem foco especial nas crianças, uma vez que elas não nascem com preconceitos; tais ideias são adquiridas ao longo da vida. Assim, a peça é instrumento de educação e reflexão sobre a identidade, a ancestralidade e a importância da representatividade. Ao narrar a história de uma jovem que, ao enfrentar discriminação, aprende sobre a força histórica e cultural de seu nome, o espetáculo traz uma mensagem de afirmação e empoderamento, abordando a necessidade de desmantelar preconceitos desde a infância”, comenta Antônio Marques.

Em Cachoeira cabe o mundo todo – Ao todo, 58 autores participam da 12ª FLICA, entre nomes baianos, nacionais e internacionais numa programação intensa de quatro dias de debates, apresentações e intervenções artísticas, encontros literários, lançamentos de livros, sessões de espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais e apresentações de filarmônicas. 

A programação da festa é gratuita, aberta ao público e está distribuída em cinco espaços principais: Tenda Paraguaçu, Fliquinha, Geração Flica, Intervenções Artísticas e Programação Variada. Todos os espaços têm indicação etária livre com acessibilidade, tradução de libras e audiodescrição.

Com sede na heroica cidade de Cachoeira, a FLICA chega a sua 12ª edição com histórico de sucesso de público e mídia e a marca de mais de 80 mil visitantes na última edição. O evento mais uma vez se apresenta como fundamental para a literatura, educação, cultura, turismo e economia do estado da Bahia, reunindo os públicos infantil, juvenil e adulto em torno da arte literária e o seu potencial em honrar o passado, inspirar o presente e construir futuros. 

SERVIÇO:

12ª Festa Literária Internacional de Cachoeira – FLICA 2024

Onde: Cachoeira – BA

Quando: 17 a 20 de outubro

Informações: 

      Site oficial: https://flica.com.br/

      Instagram: @flicaoficial

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