INRI. Por Zuggi Almeida
Judéia – Há dois milênios, um homem foi acusado, julgado em rito sumário, condenado, torturado e morto crucificado.
O Nome: Jesus Cristo.
O Crime: Foi acusado sob “falsas evidências” de proferir blasfêmias, de ser profeta e mensageiro e o filho de Deus.
As ações: Jesus pregava a igualdade entre os homens, o amor ao próximo, a solidariedade e a paz.
O Episódio: Num ímpeto, Jesus Cristo utilizando-se de um chicote expulsou os vendilhões do Templo de Jerusalém, um local sagrado e transformado em área de comércio e exploração dos mais pobres. As vendas no Templo eram controladas pelos sumos sacerdotes hebreus e Jesus estava interferindo nos negócios religiosos.
Jesus incomodou o mercado.
As repercursões das pregações de Jesus Cristo despertaram a ira dos sacerdotes e foi determinada uma busca e prisão desse cidadão judeu para interrogatório sobre as atividades da profecia.
Jesus foi denunciado por Judas Iscariotes, um dos seus discípulos e apresentado diante do tribunal formado pelos sumos sacerdotes comandados por Caifás.
( Estudos recentes tem feito uma reavaliação do papel de Judas na entrega do local onde Jesus se encontrava, mas existe a possibilidade da concordância do Cristo.)
Cristo foi levado a presença de Pôncio Pilatos, representante do Império Romano que controlava a região da Judéia naquele período. Pilatos eximiu-se da responsabilidade do julgamento de Jesus e num gesto simbólico lavou as mãos.
Jesus Cristo foi julgado pelos sacerdotes judeus e condenado à morte numa cruz que o próprio homem carregou até o local da execução, o Monte Calvário.
Jesus foi colocado entre dois ladrões condenados pelos sacerdotes objetivando minimizar a importância de Jesus Cristo diante do povo judeu.
A Bíblia afirma que Cristo ofereceu seu sangue e a vida para purificar a humanidade. Em nome dessa fé ele deu-se ao sacrifício
2020 D.C.
Brasil – Um homem sai a passeio protegido por uma guarda pessoal. Ele não é acusado de nada, afinal age como um imperador.
Tranquilo, ele vai à padaria e visita a moradia do filho.
Numa atitude covarde semelhante a Pilatos no passado, ele exime-se das responsabilidades de presidente eleito do Brasil.
A humanidade enfrenta o flagelo da pandemia do corona vírus que já ceifou mais de 100.000 vidas no mundo e ultrapassou ao numero de mil, em nosso território.
Valores cristãos como justiça social, solidariedade e humanização não são cultuados pelo chefe político de uma das maiores nações católicas do mundo.
No dia 27 do mês de março passado, o papa Francisco rezou uma missa para uma praça de São Pedro vazia. Cerca de um bilhão e trezentos milhões de católicos assistiram o ritual em suas casas ou ambientes de trabalho. O Papa Francisco agindo com consciência pratica as recomendações sanitárias de combate ao corona virus evitando aglomerações e a expansão do contágio.
Nas celebrações da Quinta-feira Santa, no Vaticano, o Papa manteve os mesmos procedimentos de prevenção e realizou os rituais para uma Basílica de São Pedro quase vazia.
O Papa Francico põe em prática um dos princípios da doutrina do Cristo: o respeito à vida.
As ações globais de combate a pandemia seguem as recomendações da Organização Mundial da Saúde que estabelece o isolamento social como um procedimento eficaz na redução da expansão do vírus nas populações.
O único chefe de Estado do mundo que vai de encontro as recomendações científicas é o brasileiro, além de minimizar o grau de letalidade do Covid-19 a de uma ‘gripezinha’.
Religiosos e profissionais da área médica já morreram no enfrentamento da luta contra o Covid-19. Esses heróis da humanidade foram lembrados pelo pontífice Francisco na cerimônia da Missa do Lava-Pés, no Vaticano.
Aqui, o mandatário insano articula para atender os interesses dos ‘vendilhões’ propõe medidas para retomada do comércio e de outras atividades suspensas por conta de atos de prevenção tomados por governantes estaduais e municipais.
Ele celebra e incensa, o Deus Mercado.
Nesse julgamento arbitrário que o presidente do Brasil submete a Nação, um segmento está destinado à pena de morte em massa: as camadas populares.
O genocídio que ameaça o povo brasileiro está sendo gestado por uma mente doentia, desprovida de fé e respeito humano.
Não iremos permitir que em cada favela seja erguido um Monte Calvário. Já não bastam as mortes diárias praticadas pelo próprio sistema ?
Não tem como aceitar que pessoas morram dentro das suas casas contaminadas pelo virus e sem atendimento médico.
Não suportaremos a dor dos sepultamentos coletivos em valas de corpos dos nossos entes queridos e amigos.
A maioria da população do pais apoia a manutenção do isolamento social e redução da atividade econômica. Os segmentos religiosos brasileiros mantém o bom-senso como forma de superar a pandemia. O Congresso e Judiciário estão sintonizados com as aspirações do povo nesse momento.
Portanto, pergunto:
– Sr. Presidente em qual trecho da Biblia está escrito que deverás exterminar o irmão para salvação da sua alma ?
Vade retro…!
*INRI – Essa inscrição foi afixada numa tabuleta no topo da cruz onde Jesus foi preso por cravos de metal .
INRI em hebraico signica Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.
P.S.: Meus sinceros votos de respeito e agradecimentos aos profissionais do segmento da saúde e aos voluntários que devotam seus preciosos tempos ao salvamento de vidas.
#FiqueEmCasa
