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Irmandade da Boa Morte promove tradicional festa em Cachoeira

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A Festa da Irmandade da Boa Morte que acontece todos os anos na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, inicia no dia 13 de agosto, dia dedicado às irmãs falecidas. Expressão forte da religiosidade popular, a manifestação atrai milhares de fiéis, moradores e turistas.

A Irmandade da Boa Morte, promotora da festa, foi fundada em Salvador em 1820 e migrou para Cachoeira, representando um núcleo de resistência de mulheres negras alforriadas, da nação Ketu, devotas de Nossa Senhora da Glória.

Segundo a tradição as irmãs vestem-se de branco, saem em procissão carregando a imagem postada sobre um andor rumo a Igreja

Matriz de Nossa Senhora do Rosário. No dia 14, com a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, as irmãs saem da sede da Irmandade em procissão noturna, carregando velas, entoando cânticos proferidos durante o percurso. O dia 15 de agosto é dedicado à Nossa Senhora da Glória e o cortejo sai pela manhã da sede da Irmandade, acompanhado pelas filarmônicas da cidade.

Uma das irmãs mais antigas é Mãe Neci de Oxum, neta do Terreiro Gantois e Iyalorixá com mais de cinquenta anos de iniciada no Candomblé. Ela integra um grupo que defende a manutenção das tradições da confraria, considerada a mais antiga do país.

Ela é filha de Mãe Anália de Oyá, também Iyalorixá e irmã da Boa Morte. Mãe Anália Leite fez história na Irmandade ao conseguir junto à irmã de Martin Luter King a aquisição do prédio sede da Boa Morte, que fica na Rua 13 de maio em Cachoeira.

Por Claudia Patricia Diniz Correia

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