Jejum intermitente: funciona, mas estudo alerta para consequências
A idealização de um corpo perfeito tem impulsionado muitas pessoas a, cada vez mais, buscarem incessantemente estratégias de emagrecimento para manter o corpo em forma, seja da maneira mais simples, como a reeducação alimentar aliada à prática de exercícios físicos ou até mesmo as mais radicais, como a restrição alimentar por longos períodos, a exemplo do jejum intermitente.
De acordo com um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Nutrição, realizado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), e divulgado na revista Endocrinology, as dietas que alternam ciclos de jejum prolongado e de alimentação livre são capazes de prevenir o ganho excessivo de peso, mas também podem causar alterações metabólicas indesejáveis nos adeptos – como a desregulação dos mecanismos cerebrais de controle do apetite, resultando em hiperfagia (aumento anormal do apetite ou ingestão excessiva de alimentos). “Essas dietas podem favorecer a perda de peso de forma muito eficiente, contudo existem algumas condições para serem obedecidas e tornar o processo bem sucedido, como o equilíbrio metabólico, a oferta adequada de alguns nutrientes-chave, a capacidade oxidativa (“queima”) do paciente otimizada através do exercício, e o perfil hormonal”, explica Gabriel Medrado, nutricionista da Rede Alpha Fitness.
O que torna o método de emagrecimento por dieta hipocalórica (diminuição na ingestão de calorias), exercício físico e reeducação alimentar, o mais recomendado entre os profissionais de nutrição, por ser o que tem mais dados comprovados cientificamente dos efeitos positivos. “O número de pessoas que buscam estratégias de emagrecimento milagrosas só tem crescido, principalmente aquelas que apresentam resultados rápidos ao indivíduo, não dando a real importância aos riscos dessas práticas, tanto a curto quanto longo prazo. Portanto, é recomendado que a realização de qualquer estratégia nutricional deva ser orientada por um profissional”, explica o especialista. Além de ser imprescindível a orientação de um profissional que leve em conta os hábitos e a rotina de cada indivíduo, é bom lembrar, também, que esse tipo de dieta só tem efeitos positivos se os alimentos consumidos durante as “janelas de alimentação” tiverem alta qualidade nutricional e forem calculadas para esse objetivo. O nutricionista alerta ainda, para a importância das práticas complementares, como a de exercícios físicos, aliada a uma dieta saudável para a obtenção dos resultados desejados.