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Mestres e mestras da cultura popular abrem Encontro Nacional Cultura Viva 20 anos

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Com suas músicas, expressões e saberes ancestrais, mestres e mestras das culturas populares e tradicionais abriram o Encontro Nacional Cultura Viva 20 anos na quarta-feira (3), em Salvador (BA).

A “Roda de Encantamento” emocionou o público e reforçou a importância da valorização das raízes culturais brasileiras, além de reconectar a Rede Cultura Viva, como explica o Mestre Pai Lula Dantas, de Itabuna (BA), membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC).

“Estamos celebrando este momento e promovendo a reflexão acerca da implementação da política, os desafios que temos pela frente, a correção de rumos e a possibilidade de realmente criar uma política pública com participação e controle social para a área da cultura. Essa é a riqueza da Cultura Viva! Ela é feita por gente, para a gente, é um presente nosso para o povo brasileiro”, defendeu.

Para a Mestra Fatinha do Jongo, o evento poderá trazer novos caminhos para atender as culturas populares. “Tenho muito orgulho de trabalhar a cultura afro. A Cultura Viva avançou muito, mas ainda precisamos, a partir deste encontro, ter novas visões e trabalhar as políticas públicas para atender quem está na ponta fazendo a cultura popular e tradicional, e falar a linguagem do nosso povo”, completou.

Já a Mestra Nádia Akawã Tupinambá lembrou da importância dos saberes e fazeres dos povos originários. “A Cultura Viva é orgânica! Eu nasci numa aldeia e essa aldeia é Ponto de Cultura, mesmo que não tenha registro. Somos povos originários e precisamos mostrar quem somos porque ainda estamos invisibilizados”, defendeu.

Também participaram da roda de abertura as mestras Dolci, Iara, Mãe Carmem D’Oxalá e Suzana Kaygangue. Os mestres foram Aderbal, Alcides Lima e Paulo Ifátide.

Capacitação
Após a fala dos mestres, os participantes se dividiram em dois grupos de trabalho: gestores culturais e representantes dos Pontões de Cultura fomentados com recursos federais. Cada grupo recebeu capacitações específicas sobre temas relacionados à sua área de atuação.

“É o momento de reflexão, porque estamos aqui com os gestores de cultura, pesquisadores das universidades e a Comissão Nacional de Pontos de Cultura, para debater a ampliação da Política Nacional Cultura Viva (PNCV), que vem com a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e com a ministra Margareth Menezes, que quer nacionalizar o fomento, fazendo chegar a todos os lugares do Brasil o direito de fazer cultura”, afirmou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollmberg.

No GT dos Gestores, os temas abordados foram o histórico da PNCV, sua relevância e impacto nacional na agenda das políticas culturais. Também discutiram as atribuições entre os entes federativos na gestão dessa política e as estratégias de fomento nacional, com a Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc.

“É muito importante que os gestores culturais estejam sensibilizados para aprender sobre a Cultura Viva, compartilhem as boas práticas e façam a integração com o MinC para que a gente possa se inspirar, se agregar e qualificar a política”, reforçou a secretária.

Já os Pontões foram subdivididos em grupos focais para debaterem o mapeamento dos Pontos de Cultura e a formação dos Agentes Cultura Viva.

Encerramento
O primeiro dia do encontro terminou com a roda Diálogos com Mestras e Mestres, Grupos e Coletivos Culturais: tecer o fio, puxar a teia para a construção de políticas para as culturas tradicionais e populares. Foi um espaço de escuta sobre as necessidades e demandas desses segmentos culturais, mediado por Tião Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares do MinC.

Programação
A programação seguirá até sábado, 6 de julho, data que marca os 20 anos da criação do programa Cultura Viva, com mais rodas de debates e apresentações artísticas. O evento é uma realização do Ministério da Cultura, o Consórcio Cultura Viva, formado pelas universidades federais da Bahia (UFBA) do Paraná (UFPR) e Fluminense (UFF) e a Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC). Conta também com o apoio do Governo do Estado da Bahia, da Prefeitura de Salvador, da Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Universidade Federal da Bahia (PROEXT) e da Casa Rosa.

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