Não desistam de ser de esquerda. Por Moisés Mendes
Quem tiver talento para produzir tutoriais e mentorias pode começar uma lição com esse título acima: não desista de ser de esquerda. E logo depois acrescentar, com um olhar enviesado de alta sabedoria: para que exista um centro, é preciso que existam direita e esquerda.
A esquerda mal-humorada não irá gostar dessa ideia. Nem a esquerda arrogante, que toma porre de Campari nos Jardins e sai gritando para que a militância, Lula, Haddad e Simone Tebet partam para o enfrentamento com a direita.
Mas alguém precisa alertar uma certa inteligência que faz a cabeça de muita gente: ninguém disse a quadros e militantes das esquerdas que eles devem desistir de refundar raízes, resistir, avançar e afrontar o fascismo. Ninguém disse que não devem mais ser de esquerda.
Então, que continuem fazendo ativismo, com retórica e ação política de esquerda, porque é disso que Lula e todos os que estão no poder, em nome das esquerdas, continuam dependendo. Sejam lulistas.
Militância e mandatos precisam se acertar para que não deixem de ser de esquerda e para que parem de cobrar de Lula que ele seja um esquerdista ao falar com Arthur Lira.
São os quadros e seus líderes com ou sem mandato, em Brasília ou Barbacena, e os que vão a campo que devem tentar puxar o governo para a esquerda, enquanto a direita puxa Lula para o seu lado e continua extorquindo.
É o que precisa ser feito por Lula, ao mesmo tempo em que os analistas tentam descobrir, na pizza das prefeituras conquistadas pela direita, quais são as fatias da velha direita, nova direita, do centro e da extrema direita do bolsonarismo sem Bolsonaro.
Parece cansativo, mas essa é uma controvérsia que diverte mais as esquerdas: fazer o fatiamento que ajude a entender qual é o pedaço de cada um nos latifúndios de Kassab, Bolsonaro, Caiado, Valdemar Costa Neto, Tarcísio de Freitas e na fazendola de Pablo Marçal.
Militância e mandatos precisam se acertar para que não deixem de ser de esquerda e para que parem de cobrar de Lula que ele seja um esquerdista ao falar com Arthur Lira.
São os quadros e seus líderes com ou sem mandato, em Brasília ou Barbacena, e os que vão a campo que devem tentar puxar o governo para a esquerda, enquanto a direita puxa Lula para o seu lado e continua extorquindo.
É o que precisa ser feito por Lula, ao mesmo tempo em que os analistas tentam descobrir, na pizza das prefeituras conquistadas pela direita, quais são as fatias da velha direita, nova direita, do centro e da extrema direita do bolsonarismo sem Bolsonaro.
Parece cansativo, mas essa é uma controvérsia que diverte mais as esquerdas: fazer o fatiamento que ajude a entender qual é o pedaço de cada um nos latifúndios de Kassab, Bolsonaro, Caiado, Valdemar Costa Neto, Tarcísio de Freitas e na fazendola de Pablo Marçal.
Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.