Prendemos Lula conhecendo história. Sabemos que inexistem provas contra ele mas é preciso silenciá-lo. Que outro caminho tomar?

Ah, tá, existe a alternativa da morte. Mas a nossa matriz orientadora diz que não precisa da morte para matar adversários. Basta destruí-los no mundo da falsa moralidade jurídico midiática. Sufocá-lo até a extinção em vida.

Lógico que alguns precisam de fato morrer, mas alguns de escalões inferiores, ilustres desconhecidos das massas. Esses que não fazem falta, como sabe o bem orientado Aécio Neves.

Não é o caso de Lula, ilustre conhecido do mundo. No futebol mundial, o Brasil ainda é associado a Pelé. Na política e na redução das desigualdades, é associado a Lula. Uma merda isso!

Então como impedir que esse sujeito atrapalhe nossos programas de expansão de riqueza corporativa? Como impedir que esse personagem incorruptível (se fosse fácil, estaria do nosso lado) jogue água na nossa maneira heterodoxa de assumir e minar um país inteiro?

Associá-lo à corrupção, fazer a morte por desmonte moral. E a prisão.

Investimos bilhões de reais. Nosso último relatório indica que jogamos dinheiro fora.

O que fizemos foi preparar o cardápio para transformar Lula num polvo. E agora acabamos de transformá-lo numa idéia. Mais que isso, dizem os recentes relatórios. O transformamos num sonho. Todos os anseios das massas migraram para ele. Anseios de liberdade; anseios de igualdade e fraternidade. Anseios de abundância e prosperidade. Lula nem é mais Lula!! É algo maior que ele, algo além do ego. Lula é uma correnteza que vira vento e vira chuva e vira voz, olhares e vira um mundo imenso no inconsciente das esperanças.

Onde isso vai dar?

Quem sabe, o próximo relatório!
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*(Entrar na cabeça da direita é um puta exercício…)

Artur Andrade é Jornalista