Evento segue até domingo (23) e reforça relevância para artistas em circulação

Mesmo com a chuva e um apagão que atingiu Feira de Santana nesta quinta-feira (20), o público compareceu à Casa Noise para acompanhar o segundo dia do Feira Noise Festival. A energia de quem esteve no local ajudou a transformar o contratempo em celebração — um retrato da vitalidade de quem acompanha a música produzida fora do eixo tradicional.

No palco do festival, a importância dessa estrutura é sentida diretamente pelos artistas. Larissa Conforto, baterista, compositora e performer que apresentou seu projeto ÀIYÉ pela segunda vez no evento, reforçou o papel da curadoria neste processo. “O Feira Noise é diferente de vários festivais no Brasil. Revela bandas, acredita e aposta em artistas novos pelo som, não só pelo hype”, afirmou. “É um festival com assinatura, com uma curadoria consistente que ajuda a formar um circuito de circulação no Nordeste”, completou a artista, que abriu em Feira de Santana a turnê Ouro, em circulação pelo nordeste até dezembro.

Outro destaque que subiu ao palco da Casa Noise foi o cearense Mateus Fazeno Rock, que vive um dos momentos mais marcantes da carreira. Depois de vencer o Prêmio APCA com o álbum Jesus Ñ Voltará (2023), o artista acaba de lançar Lá Na Zárea Todos Querem Viver Bem (2025), disco que já concentra as faixas mais ouvidas da carreira. 

Para Mateus, festivais independentes como o Feira Noise são pilares de sustentação da música brasileira contemporânea, sobretudo aquela produzida fora do mainstream. “A gente se reinventa muito pra estar na estrada. Reinventa formatos, fragmenta os shows para viabilizar a circulação e fazer a música chegar mais longe. Os festivais independentes do Nordeste são os maiores fomentadores da cena independente no Brasil. Eles carregam a música nas costas. Eu sinto isso aqui em Feira, em Natal, em Fortaleza. É onde a gente encontra o público e se reconhece na cena”, destacou o músico.

Polo de circulação para além dos grandes centros

Criado em 2009 pelo Feira Coletivo Cultural, o Feira Noise se consolidou como um dos principais pontos de encontro, difusão e formação da música independente na Bahia. A Casa Noise, espaço que recebe a programação do festival em 2025, é hoje um dos principais pontos de circulação de turnês e artistas independentes na Bahia, não apenas durante o festival, mas ao longo de todo o ano. 

“No interior do Nordeste, manter espaços como este é o que sustenta uma cena viva. Ver a resposta do público, mesmo com chuva e apagão, mostra que esse movimento é coletivo”, afirmou Ludimila Barros, coordenadora do festival e integrante do Feira Coletivo Cultural.

Programação segue na Casa Noise e no Ária Hall

O festival segue com sua agenda até domingo (23). Nesta sexta (21), a Casa Noise recebe os shows de Seu Pereira e Coletivo 401, Menores Atos e Cabuloso Trio. No sábado e no domingo, a programação migra para o Ária Hall, onde dois palcos recebem artistas como Plutão Já Foi Planeta, Tássia Reis, Braza, Afrocidade, N.I.N.A, Maglore, Dead Fish, Academia da Berlinda e mais. A programação completa pode ser conferida no Instagram.

Sobre o Feira Noise Festival 2025

O Feira Noise Festival 2025 foi contemplado pelos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado, via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

SERVIÇO

O quê: Feira Noise Festival 2025
Quando: 19 a 23 de novembro de 2025
Onde: Casa Noise e Ária Hall – Feira de Santana (BA)
Ingressos: Sympla