Aldeia Nagô
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No convescote miliciano, os brioches tinham gosto de sangue. Por Renan Araújo

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Renan_Araujo

Não se falou de coronavírus, de pandemia, de COVID-19, de possibilidade de milhares de mortes e de como evitá-las.

Já havia o caos instalado, fruto da

negligência daquele que chamou a doença mortal de gripezinha.

Não houve espaço para o SUS naquela reunião. Apenas um “ministro da saúde” atônito, sem voz. E um ministério da saúde sem vez.

Se falou em criar milícias (“armar o povo para defender o governo”) como se isso não fosse criminoso, ilegal.

Se falou em prender governadores e prefeitos por adotarem medidas sanitárias para salvar vidas.

Se falou em privatizar o que for possível, inclusive o banco público que é orgulho do Brasil.

Se falou em liberar grilagens e destruição das florestas, “aproveitando o momento de tranquilidade” (que tranquilidade?).

Se falou em prender os ministros do STF, instância máxima da justiça e órgão garantidor da constituição.

Se falou palavrões, agressões, destilou-se ódio aos inimigos invisíveis (os comunistas) e lembrei de Flávio Dino, o admirável comunista, lutando desesperadamente para salvar o povo maranhense da morte e do sofrimento.

Não foi uma reunião de ministros. Foi um agrupamento de canalhas, um episódio dantesco na ante-sala do inferno.

E os vampiros saboreavam brioches em meio à perplexidade de um país abandonado e sombrio.

Renan Araújo é médico 

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