A necessária autocrítica da Esquerda Baiana Por Domingos Leonelli |
Seg, 24 de Julho de 2023 06:58 |
Não se trata de "mea culpa" ou de reponsabilização exclusiva do ex-governador Rui Costa. Em diferentes graus todos temos responsabilidade sobre os vergonhosos números de violência e letalidade policial que elevou de 354 em 2015 para 1464 o numero de mortos pela Policia em nosso estado. Os maiores partidos de esquerda comprometidos com os Direitos Humanos, com a defesa da juventude negra, com o combate ao chamado racismo estrutural, não levantaram suas vozes com a força necessária, de forma oficial e clara, contra essa letalidade policial tão cruel quanto ineficiente para combater a criminalidade e a violência na Bahia. Prevaleceu a força da conveniência politica sobre os princípios. Como se o fato de participarmos de um governo com cargos e emprego nos dispensasse de nossos compromissos ideologicos. É verdade que no episódio do Cabula quando 19 jovens foram chacinados e o então governador Rui Costa fez a infeliz comparação dos policiais a "artilheiros diante do gol", ouviram-se vozes isoladas de parlamentares e quadros partidários. Mas não uma condenação formal , uma exigência efetiva, um movimento real dos principais partidos de esquerda contra o orientação da politica publica de segurança seguida pelo Governo do PT com a participação do PSB e do PC do B. Sei , perfeitamente, que a segurança publica não é somente um "caso de policia". O emprego, o amparo social e , principalmente, a educação, são fatores absolutamente essenciais. Mas as policias jogam também um papel fundamental , principalmente junto às camadas mais pobres da população. E o primeiro, o segundo e o terceiro compromisso de qualquer policial deveria ser a defesa da vida. Da vida humana, seja ela do mais exemplar cidadão, do próprio policial, ao mais abjeto dos bandidos. E a violência, especialmente a letal, só pode ser exercida em defesa da vida. De terceiros ou da sua própria. Para isso eles tem seus salários , suas fardas , seus estudos e preparação e suas armas , pagas pelo povo trabalhador de onde vem os impostos. Mas se nenhum desses argumentos sensibilizar governantes e policiais vamos ao mais simples pragmatismo : a politica de morte é inútil para o combate à criminalidade. E os numeros do crescimento da violencia da Bahia comprovam isso. Acredito que alem do reconhecimento de nossa responsabiidade faz parte de uma verdadeira autocritica , a exigencia e a pressão desses partidos junto ao governador Jeronimo Rodrigues por uma nova orientação para a Segurança Publica na Bahia |
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