Conhecida por suas canções à frente da banda A Travestis, Tertuliana Lustosa segue explorando outras linguagens artísticas para retratar vivências de mulheres transexuais. Ela lança nas plataformas de streaming (Spotify, Deezer, Apple Music, Tidal e Resso) o audiobook Morte e Vida Sertransneja, primeira publicação do formato escrita e narrada por uma pessoa trans na região nordeste e terceira no país.

A trilha sonora da obra é assinada pelo produtor musical Weber, que já trabalhou com artistas como Pabllo Vittar, Mateus Carrilho e Danny Bond.

O audiobook é uma coletânea de poesias autorais, que aborda temas como a rejeição da família, as dificuldades nos sistemas educativo e de saúde, as barreiras de acesso ao mundo do trabalho, os processos de mudança corporal e as relações afetivas. O projeto, cujo título faz alusão ao clássico livro de poema regionalista de João Cabral de Melo Neto, retrata essas experiências a partir da visão de uma retirante nordestina contemporânea, que deixou sua terra não em função da seca e da pobreza extrema, mas para fugir do estigma e da discriminação e viver a transgeneridade.

Piauiense radicada em Salvador, Tertuliana já tem experiência com a literatura. No final do ano passado, lançou uma trilogia de livros, disponíveis nas lojas virtuais e físicas de todo Brasil, que contemplam um romance, um conjunto de poesias e de ensaios.

Audiovisual – O lançamento de Morte e Vida Sertransneja contará ainda com divulgação de um vídeo no YouTube (Canal ATravestis), também no dia 23, às 12h. Dirigido por Gabriel Batata, o audiovisual traz Tertuliana em uma performance artística que mobiliza o simbolismo da rede, usada como caixão em velórios no sertão, para falar da morte de pessoas trans.

O figurino produzido pelo stylist Elielton Araújo e a maquiagem de Adenilton Silva têm como inspiração a terra e a água, duas forças da natureza. O audiobook é uma realização da Essa Vibe Planejamento Cultural, com direção de produção de Nathália Luna e design de Álison Régis.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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