Com base na diversidade cultural do estado, a Bahia é palco da 1ª edição da Literatur, circuito literário que vai unir entre 26 a 28 de maio, no Museu de Arte Moderna (MAM), Salvador, música, poesia e muita literatura. Com programação gratuita, o evento tem como curadores o escritor Edgard Abbehusen e a jornalista Camilla França.

A ideia é casar a literatura com as diversas opções turísticas da Bahia, a partir da escrita, vivências, experiências ou obras. Tudo isso com o olhar de personalidades baianas indicadas. A primeira edição faz homenagem ao poeta, cantor, compositor e músico, José Carlos Capinan.

A programação conta com apresentações musicais, recitais, lançamento de livros, contação de histórias e mesas de conversas sobre diferentes temas ligados à proposta da Literatur. Nomes como Eliana Alves, Malu Fontes, Cássia Vale, Hugo Canuto, Ramon Cruz, Aldri Anunciação e Luana Souza falam sobre suas experiências literárias nas mesas que acontecem nos três dias.

O evento conta também com shows de Alexandre Leão, que divide o palco com o homenageado, Pedro Pondé e Paroano Sai Milhó que prepararam um repertório especial para edição de estreia. A curadoria do projeto é assinada pelo escritor Edgard Abbehusen e pela jornalista Camilla França.

Na quinta-feira, dia 26, às 18h30, a escritora carioca, escritora e jornalista, Eliana Alves Cruz narra uma saga romanceada de sua história familiar ao longo de 170 anos em Água de Barrela. (2016). Com ela, Eliana também conquistou a Menção Honrosa do Prêmio Thomas Skidmore, do Arquivo Nacional, em 2018, e da americana Brown University. Já O crime do Cais do Valongo (2018), o seu segundo romance, foi escolhido como um dos melhores do ano pelos críticos do jornal O Globo e esteve entre os semifinalistas do Prêmio Oceanos 2019, ano em que publicou o seu primeiro livro infantojuvenil, A copa frondosa da árvore.

Na sexta-feira, dia 27, um bate papo com mediação de Malu Fontes e participação de Edgard Abbehusen e Carla Akotine sobre redes sociais e escrita digital.  As redes sociais fazem parte da rotina de boa parte da população baiana e nessa explosão, uma categoria literária se fortalece enquanto estilo: a escrita digital. Pautado nisso, esta mesa traz os pontos fortes e o quanto a alta interatividade vem contribuindo nos processos criativos.

O sábado, dia 28, a programação é da garotada com abertura às 09:30h com novas narrativas para o público infantil com Vanda Machado e Cássia Vale com mediação de Mira Silva. Os livros infantis foram se moldando a novas possibilidades: seja por meio de um formato inovador, de uma oportunidade de interação com os sentimentos dentro da narrativa, ou ainda de uma abordagem lúdica sobre temas atuais e relevantes.

Às 11h30 é a vez do lançamento de livros de Goya Lopes - Tecelagem e Protagonista, obra que concentra 37 especialistas que dão dicas valiosas e transformadoras que no dia contará com Rublia Melions, com mediação de Fernanda Matos.

Às 15h Tina Tude apresenta poesias, 15h30 é a vez de Hugo Canuto e Ramon Cruz apresentarem escrita, versos e outras linguagens na mesa com mediação de Luana Souza. Às 16h30 é o momento da intervenção cultural com batalha de poesia / Slam das Minas, às 17h leituras que inspiram outras histórias com Aldri Anunciação e Jackson Costa com mediação de Ashley Milia. Às 18h a banda Paroano Sai Milhó encerra o evento com uma apresentação musical de forma acústica e itinerante pelos espaços do MAM.

O evento é promovido pela Mais Ações Integradas com patrocínio do Governo da Bahia, por meio da Bahiatursa. O Literatur pretende percorrer algumas cidades da Bahia fomentando a importância da literatura para a difusão da cultura e do turismo.

Capinan - Completou 81 anos no posto de um dos letristas mais combatentes da música popular produzida no Brasil a partir da década de 1960. Imortal da Academia de Letras da Bahia, destacou-se como ativista do movimento negro. Dirige o Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira - MUNCAB, no Centro Histórico de Salvador desde sua inauguração em 2011. É autor de Ponteio, Soy loco por ti, América, Gotham City, Movimento dos barcos e Papel maché, entre outros.

Em 1963, escreveu a peça Bumba Meu Boi, musicada por Tom Zé.  Seu primeiro e mais expressivo livro de poemas foi Inquisitorial, de 1966, com capa em xilogravura de Calazans Neto. Foi considerado, juntamente com Torquato Neto, um dos mais importantes compositores da Tropicália.  Produziu shows de Gal Costa, Macalé e Luiz Gonzaga.