O que falta na cultura baiana? Por Sérgio Siqueira
A expectativa da classe artística era enorme, muito dinheiro, baianos no poder, e lançamento do projeto cultural Brasil com pompa, na Concha Acústica com a presença do presidente da República. Uma verba nunca vista foi anunciada.
Dois anos depois nada acontece de novo no front.
O TCA fechado, o MAM fazendo mais shows do que exposição, os festivais de dança sumiram, artes plásticas não existe lançando novos artistas, literatura quase zero e música atada a grandes sucessos e artistas já populares. E o teatro, em guerra, sem perspectivas, um arremedo do que já foi. Viva Zeca Abreu!
Disseram também não ao novo. É preciso que o Secretário tire a ” bunda da cadeira” como diz um jargão popular e preste muita atenção. O novo não é ameaça, não precisa ter medo não. Saia desse marketing e converse com os artistas.
Outra coisa, os editais , deixe os artistas opinarem na sua confecção , chega de tantas perguntas e muita pontuação , isso não é arte, é burocracia.
Me solidarizo também com os que fazem a cultura dessa terra , que sempre foi a capital cultural do Brasil, sempre foi vanguarda e querem transformar na capital do entretenimento. Nós não temos o Mickey e nem somos a Disneylândia .Somos muito além Secretário, é preciso conhecer as raízes da Bahia, se aprofundar, viajar, participar, ou então dançar.
Em tempo, o cinema também fez carta manifesto protestando contra a política estadual para o setor e a cultura popular foi deixada de lado, precisa de um grande projeto , é a nossa base sólida.
A vanguarda bebe na fonte da raiz
E o que falta na cultura baiana? Falta tudo, principalmente VERTIGEM.
Sergio Siqueira é Produtor cultural e Publicitário.