Aldeia Nagô
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Quando Mais é Menos por Nelson Motta

2 - 3 minutos de leituraModo Leitura

Com todo o poder, dinheiro, independência e liberdade que conquistaram nas
últimas décadas, as mulheres estão se sentindo menos felizes agora do que nos
anos 60. Cinco pesquisas mundiais diferentes revelaram os mesmos e tenebrosos
resultados: independentemente de classe social, estado civil, de ter filhos ou
não, em todos os lugares, as mulheres estão se sentindo cada vez menos felizes.
E os homens, mais. Será que a revolução feminista acabou beneficiando mais os
homens do que as mulheres?, sibila Maureen Dowd, minha víbora favorita, no "New
York Times".


As mulheres vão se sentindo menos felizes à medida que vão
envelhecendo, enquanto com os homens acontece o contrário. Elas começam a vida
mais felizes do que eles, e terminam menos. Sob a ditadura da boa aparência, o
peso da casa, de marido e filhos, e agora da competência profissional e da
carreira, elas sofrem mais a ação do tempo. Na América obcecada por beleza e
juventude, as Barbie s Frankenstein se multiplicam.

As pesquisas revelam
também que a menor contribuição para a felicidade das mulheres vem dos filhos.
Algumas, poucas, já admitem que seria melhor não ter tido filhos, ou que foram
eles os destruidores de sua felicidade.

O principal motivo da felicidade
dos homens é a prosperidade, pré-crise, é claro. E o alívio nas contas, porque
as mulheres passaram a participar mais do orçamento familiar. Cada vez menos
mulheres são dependentes de homens, e eles acham ótimo. E embora hoje os homens
ajudem mais nos trabalhos da casa e com os filhos, isto não as fez mais felizes.
Elas passaram a trabalhar tanto, a fazer tanto, que têm cada vez menos tempo
para sua especialidade: sentir.

Para competir no mundo corporativo
masculino, as mulheres se exigem mais, são mais rigorosas com os outros e com
elas mesmas do que os homens, são mais passionais e estressadas do que eles.  As
pós-feministas reconhecem a insatisfação feminina e tentam explicá-la como um
paradoxo: é justamente esta recém conquistada abundância e liberdade de escolhas
que as faz menos felizes. Mais liberdade, menos felicidade. Afinal, o que querem
as mulheres?

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