Aldeia Nagô
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Quem disse que Moraes morreu? Por Renan Araújo

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Renan_Araujo

Moraes não morreu.

Nem morreria.

Moraes está vivo em 40 discos, em quatrocentas músicas, em 4 mil carnavais.

Moraes é o pombo-correio.

Moraes era menino, um beduíno com jeito de mercador que vislumbrou os olhos negros (cruéis, tentadores).

E no toque suave do agogô reinventou o ijexá. E assim pintou Moçambique…

Moraes foi o primeiro ser humano a cantar num trio elétrico.

O primeiro!

E quando começaram a falsa contradição entre o frevo pernambucano e a música baiana, foi Moraes que deu o toque, pintou o sotaque baiano… e a fusão se fez.

Moraes saudou as mulheres meninas do Brasil e seus corações democratas, hoje eternizadas nas estátuas de Eliana Kertezs, em Ondina, bairro onde moro.

Todo dia em que passar por lá verei Moraes.

Moraes é imortal, como é o carnaval.

E declaro solenemente que a manhã de 13 de abril de 2020 não existiu.

É só passar um café bem quentinho que Moraes canta bem vivinho:

“Acabou chorare no meio do mundo.

Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio

Vi o sapo na lagoa, entre nessa que é boa

Fiz zunzum e pronto

Fiz zum zum e pronto

Fiz zum zum”

Pronto: Moraes vive suave e pleno no coração da Bahia.

E os baianos, novos e bárbaros e crentes na imortalidade de Moraes, sabemos dessa coisa acesa que se perpetuará, em infinitos carnavais.

Eterno Moraes.

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