Aldeia Nagô
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Tartaruga ninja e outras conversas no meio. Por Sergio Siqueira

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Sergio_Siqueira

O povo baiano é “cordeiro” e acostumado a grandes sacrifícios e humilhações. As filas para pagar uma conta de luz com pessoas “viajando” de um bairro para o outro e gente dormindo na rua, é o ápice desse desprezo pelos mais pobres.

Sempre foi assim e o nível educacional e cultural da grande maioria da população não permite grandes revoluções.

Achei bom o Brasil sair da Copa, poderia ser uma nova ilusão, pensar que somos os melhores, quando na realidade somos os piores, basta olhar Brasília. Neymar também não merecia ser o cara e por ironia do destino o cara pode ser seu companheiro de clube Mbappé, a quem Neymar pegava no pé e só o chamava de “tartaruga Ninja”. Diz as notícias que Neymar o humilhava constantemente, não sei se é verdade ou mentira, O certo é que a “tartaruga Ninja” tem a chance da consagração amanhã. Esse jogo parece que vai ser interessante, se a Croácia ganhar fica o gosto do pequeno ganhar para o grande, embora tenha gente dizendo que seria a vitória do nazismo. Se a França ganhar, os imigrantes tão humilhados, maltratados e enxotados, podem ser os heróis do jogo e da nação francesa.

A Copa está indo e agora resta torcer para que este Governo acabe logo, embora nenhuma liderança com um discurso novo tenha aparecido neste país com mais de 30 partidos e com 70 esperando inscrição na fila.O Brasil está dominado pelas grandes corporações e pelas poderosas bancadas dos evangélicos e dos ruralistas. Quem imaginaria um Clivella governando a cidade mais hedonista do Brasil e que teríamos em pleno século 21 , venenos proibidos no mundo inteiro, liberados E PROTEGIDOS POR LEI para serem usados. O Brasil está assim, a deriva. Resta brigar para não tamparem o poço, dar Bolsonaro e definitivamente não sairmos mais do fundo.

Este trecho do livro “Nove Noites” de Bernardo Carvalho espelha muito o Brasil:
“(…) Os índios costumavam beber aquelas águas, pescar e se banhar nelas, até o dia que começaram a cair doentes, um depois do outro, e foram morrendo sem explicação. Alguns conseguiram chegar a cidade e morreram no hospital, diante da perplexidade e incompreensão dos médicos. Foi quando decidiram parar de usar a água do rio Vermelho e passaram a se banhar e beber em um córrego que passava do outro lado da aldeia e a pescar numa lagoa distante. Com o tempo, descobriram a causa do envenenamento do Rio vermelho. Um hospital, construído rio acima, em Recursolândia, estava despejando lixo hospitalar naquelas águas. Foi o que me contaram logo que cheguei e depois ficaram me olhando calados, com olhos mendicantes, como se eu tivesse o poder de resolver alguma coisa (….)”

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