30 anos da Axé Music por Gustavo Medeiros
No carnaval deste ano, estaremos comemorando os 30 anos da Axé Music. Entretanto, nem tudo é motivo para comemoração,mesmo porque o ritmo que colocou a Bahia de vez no cenário musical está
enfrentando uma crise aguda de produtividade com o surgimento (ou fusão) de outros gêneros na música baiana, como o sertanejo universitário por exemplo.
Além disso, o ritmo que lançou nomes como Luiz Caldas, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e sua Timbalada entre outros está vivenciando a carência de um produto musical consistente e durável, um registro cultural forte de uma indústria viável. Outro ponto a ser discutido é. A carência de compositores e composições de destaque que fica na memória ao longo do tempo.
A verdade é que o Axé aos poucos cedeu o seu espaço e acabou perdendo posição e mercado para gêneros com maior aceitação pelas camadas populares, ficando relegado as classes mais abastardas financeiramente.Isso empobreceu o genero , que ficou encastelado monetariamente as cordas dos blocos de trio,tendo o abada como sua moeda de troca.
Andando contra a maré de fracasso que o genero navega nos últimos anos, nomes como Saulo Fernandes, Mano Goes, Magary Lorde entre outros mostram que o caminho é “baixar as cordas” e democratizar o som, tornando-o acessível à todas as classes. Fazendo isso, os mesmos precursores desta nova ordem impõe um novo olhar sobre o ritmo, trazendo a velha solução caseira de remontar as origens, olhar para trás e trazer todo aquele furor da década de 80 nas letras e nas ações.
Outro ponto a ser salientado é que alguns artistas como Russo Passapusso e os meninos do Bailinho de Quinta trazem algumas novidades como a releitura de ritmos com a pegada da nossa guitarra e da nossa irreverencia, trazendo consigo um novo público, o dos mais intelectualizados ou os formadores de opinião.
Com isso, o axé pode se renovar para não sucumbir como genero musical menor. Cabe entender que a solução está na raiz do problema,o esquecimento da essência. É entender que este ritmo surgiu da aceitação do povo e para ele foi feito. Que a crise dos 30, comum do ser humano, possa por um ponto final na crise de produtividade do axé-music