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Boni Sobrinho lança segundo projeto solo, com músicas que misturam rock, jazz e ritmos afro-brasileiros

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O músico baiano Boni Sobrinho lança nas plataformas de streaming, nesta sexta-feira (02), ‘Makweto 57’, seu segundo trabalho solo.

Com quatro músicas, o EP mescla ritmos afrobrasileiros, free jazz, blues, samba e rock.

O lançamento no 2 de fevereiro não é por acaso: além de ser dia de Iemanjá, a data marca os quatro anos de ‘Divina(o)’, primeiro disco solo de Boni.

“Em 2 de fevereiro de 2019, eu cantei o refrão da música de minha autoria, ‘Sonho de Iaiá’, no pôr-do-sol do Rio Vermelho, como se estivesse orando. Naquele dia, decidi que iria gravar um disco.

Foi uma experiência muito peculiar. Na mesma data, no ano de 2020, ‘Sonho de Iaiá’ ganhou o mundo com o disco ‘Divina(o)’. Agora, é a vez de ‘Makweto 57’”, celebra o cantor, compositor e instrumentista, que já participou das bandas Cordial e Falsos Modernos.

Professor da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e prestes a completar 40 anos de idade, Boni explica que ‘Makweto 57’ faz parte do fim de um ciclo em sua vida: “Passei por um processo muito forte de reconhecimento racial quando entrei na Uneb, em 2018, sendo  um dos poucos professores negros do meu colegiado. A partir daí, as questões identitárias se tornam importantes pra mim, como nunca foram antes. Nesse contexto surge ‘Divina(o)’, disco que representa um elogio meu à identidade cultural afro-brasileira. Agora, ‘Makweto 57’ encerra esse processo e abre novas possibilidades”.

Composto por quatro faixas, o EP foi gravado no estúdio de mesmo nome, localizado no Pelourinho, sob a direção musical do percussionista Lucas Maciel. “O estúdio ‘Makweto 57’ é um laboratório cultural da arte afro-brasileira. Um espaço de acolhimento que produz música, representatividade e autoestima”, afirma Boni.

O EP é formado por músicas das suas antigas bandas, Cordial e Falsos Modernos (‘Aquela Vida’ e ‘Rival’), por uma releitura da canção ‘O Conselho dos Antepassados’, do disco ‘Divina(o)’ e pela inédita ‘Sangue Sugar’. Participaram do projeto os multi-instrumentistas Jordi Amorim e Augusto Bral. O primeiro toca baixo, sax e órgão, e ainda dirigiu os vocais de Alana Gabriela, Isa Meirelles e Nitorê Akadã. O último toca percussão e produziu à mão alguns dos instrumentos utilizados no trabalho.

Abaixo, uma breve apresentação das músicas, feita pelo Boni Sobrinho:

 1. Sangue Sugar

“É um bom e velho rock and roll, com boas doses de ritmos percussivos. É um salto de liberdade: da contenção à explosão catártica! Foi a primeira composição produzida em minha vida, com meu pai, aos 12 anos de idade, para uma festa da escola. Tem algo de Fábio Cascadura, minha referência master no rock baiano, naquele ‘uou uou’”.

2. Aquela Vida

“É uma letra de Silvio César Araújo, baixista da banda Cordial, que eu integrei na juventude. É daquelas canções que eu gostaria de ter composto. Em minha avaliação, representa o dia: do amanhecer ao pôr do sol”.

3. Rival

“Esta canção,  gravada em parceria com Bruno Carvalho no disco ‘Perfil de Cena’, da banda Falsos Modernos, fala sobre as contradições do amor romântico e dos esforços que realizamos para alcançar as paixões. Nesta versão slow hand, o blues faz um elogio ao arrocha”.

4. O Conselho dos Antepassados

“Lançada no disco ‘Divina(o)’, esta canção nasceu como um presente psicografado. Nesta versão, alcançamos a estética que imaginei em primeira mão, sobre como seria a música antes de ouví-la em ‘Divina(o)’. Ela surge em um momento mágico, quando tocava o sino da Igreja Santíssimo Sacramento, na Rua do Passo, no Pelourinho. Certamente, os antepassados estão orgulhosos com a mensagem que eles enviaram através desta canção”.

Sobre o artista

Natural de Salvador, Boni Sobrinho é psicólogo, professor, pesquisador e músico. Atualmente, leciona na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Interessado em assuntos associados a tecnologia, contemporaneidade e raça, tem desenvolvido atividades e pesquisas direcionadas ao fomento  de identidade e autoestima pela via do Aquilombamento Digital, conceito gerado a partir do estudo realizado com o psicólogo Gabriel Suamme Santana, no livro ‘Aquilombamento Digital: Identidades Negras e Contemporaneidade’  (JV Publicações, 2020).

SERVIÇO

O que: Lançamento do EP Makweto 57

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