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Aldeia Nagô
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A Necessidade e o Acaso por Martha Medeiros

2 - 3 minutos de leituraModo Leitura
"A necessidade cria o amor ou ele existe? A questão
é delicada e conduz  a uma resposta que confunde mais do que explica.
Sim, a necessidade cria  o amor. Sim, o amor existe.


Na verdade, fomos condicionados pela sociedade e seus contos de fada a
acreditar que o amor é uma coisa que acontece quando menos se espera, 
que
domina nosso coração, que interrompe nossos neurônios e nos
captura  para uma vida de palpitações, suspiros e lágrimas. Que o amor
não tem  idade, não
tem hora pra chegar, não tem escapatória. Que
o amor é lindo,  poderoso e absoluto, que vence todos os preconceitos,
que vence a nossa  resistência e
ceticismo, que é transformador e vital. Esse amor existe e  ai de quem se atrever a questioná-lo.

Rendo-me,
senhores. Esse amor existe mesmo, é invasivo e muitas vezes perverso,
mas também pode ser discreto, sereno e indolor. Costuma  acontecer
ao
menos uma vez na vida de todo ser humano, ou três vezes,  aos 17, 35 e
58 anos, ou pode acontecer todo final de semana, se for o  caso de um
coração
insaciável. Mas também pode acontecer nunquinha, e aí  a outra verdade impera.

Sim,
a necessidade também cria o amor. A pessoa nasce idealizando um
parceiro para dividir a janta e as agruras, a cama e as contas, os
pensamentos e os filhos. Passam-se os anos e esse amor não sinaliza,
não apresenta-se, e o relógio segue marcando as horas, lembrando que o
tempo voa. Esse ser solitário começa a amar menos a si mesmo, pelo
pouco  alvoroço que provoca a sua volta, e a baixa estima impede a
passagem de  quem quer se aproximar. É um círculo vicioso que não chega
a ser raro.  Qual é a solução: solidão ou imaginação?

O nosso
amor a gente inventa, cantou Cazuza, no auge da sabedoria. A
necessidade faz quem é feio parecer um deus, quem é tímido parecer um
sábio, quem é louco parecer um gênio. A necessidade nos torna menos
críticos, mais tolerantes, menos exigentes, mais criativos. A 
necessidade nos torna condescendentes, bem-humorados, otimistas. Se a 
sorte não acenou com um amor caído dos céus, ao menos temos afeto de 
sobra e bom poder de adaptação: elegemos como grande amor um amor de 
tamanho médio. O coração também sobrevive com paixões inventadas, e
não  raro essas paixões surpreendem o inventor.

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