Comunidade se une para proteger o rio Capivara em Camaçari
Associações ambientalistas de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, capital
baiana, estão mobilizadas em torno da campanha “SOS Rio Capivara”. O Capivara Grande
é um dos maiores rios de Camaçari e está dentro dos limites da Área de Proteção Ambiental – APA do Rio Capivara, gerida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).
Preocupados com os danos à fauna e flora da região e com a proteção do rio, moradores e
ambientalistas se organizam para solicitar aos órgãos de preservação medidas urgentes
para salvar o rico patrimônio regional. O lançamento do esgoto in natura de Vilas de Abrantes
no curso do rio, na localidade de Areias, é hoje o problema mais grave do Capivara.
O outro é o assoreamento causado pela destruição da restinga protetora das dunas que
barravam o avanço do mar em trecho próximo ao Emissário Submarino da Cetrel, em
Arembepe. Com isso, as areias soltas são sopradas pelos ventos para dentro do rio. A maior
causa da remoção da restinga e derrubada das dunas foi o trânsito de veículos sobre o
cordão de dunas que separava o rio do mar naquele trecho.
Em 27 de julho, o ambientalista Rivelino Martins, morador de Arembepe e integrante do grupo
Gestão Ambiental, em que representa a Associação Ecológica Coqueiro Solidário –
AECOSOL/Guardiões do Cacimbão, enviou carta aberta ao governador Jerônimo Rodrigues
(PT), solicitando providências urgentes para salvar o Rio Capivara. Outras entidades, como
a Oscip Rio Limpo/Movimento Rios Vivos, liderada por Fernando Borba, também se
associaram à reivindicação e mobilizaram instituições, pesquisadores e parlamentares.
Dois meses depois, em 27 de setembro, por e-mail, o INEMA determinou (Ofício
00092855199/2024) que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente –
SEDUR de Camaçari tome as medidas cabíveis para salvar o Rio Capivara.
“Comunidades inteiras sobrevivem da pesca no Capivara, e o principal poluidor hoje é o
esgotamento, sem nenhum tratamento que cai nele, desaguando em Areias, além dos
empreendimentos imobiliários no entorno das suas nascentes e em Arembepe. Vamos salvar
e cuidar do Capivara, vamos protestar e gritar”, afirma Rivelino Martins.