Cabokaji reflete sobre memória, diversidade e sustentabilidade em “SALVAGUARDA
Composto por seis faixas, o novo EP é o segundo trabalho de estúdio do grupo e conta com participações de Sued Nunes e Iná Tupinambá
A banda Cabokaji anuncia o lançamento de “SALVAGUARDA”, novo EP que estará disponível em todas as plataformas no próximo dia 11 de outubro. Apostando na sonoridade autêntica que se tornou marca registrada do grupo, o projeto traz participações de Sued Nunes e Iná Tupinambá, e transita por entre gêneros como afrobeat, rock e rap enquanto traduz vivências, conexão com as próprias raízes e desejo de perpetuar toda a história dos povos indígenas-africanos.
“SALVAGUARDA” é fruto das vivências de Caboclo de Cobre, ISSA, Ejigbo e Mayale Pitanga em territórios ancestrais, seja na Aldeia da Mata Cafurna ou nos Ilê Axé. Inteiramente autoral, ele nasce para reverberar a força e o papel da música na manutenção da cultura de povos indígenas, tradicionais, quilombolas etc. Com as temáticas definidas, foi a partir da formação de um coletivo artístico e criativo que o projeto tomou forma. Toda a produção do EP é assinada por I S S A e integrantes que, em parceria com Sued Nunes, Iná Tupinambá e Marcelo Santana – engenheiro de mixagem e masterização que acompanha o grupo desde seu primeiro álbum – deram vida a um trabalho poderoso e urgente.
“É no contato com a ancestralidade que somos moldados enquanto seres humanos. O Ifá, a Jurema, a pemba e o sonho, encantos e encantarias. Então, as músicas são como depositários de memórias vivas e vivenciadas. O EP serviu de plataforma para que nós pudéssemos falar de nossos encantados, dos nossos amores, da força da natureza, de nossos aprendizados e sobre nossas riquíssimas manifestações populares embebidas de ancestralidade e fé, realizando o levantamento de um amplo referencial simbólico imagético, fonográfico e sinestésico”, explica Caboclo de Cobre.
A concepção artística de “SALVAGUARDA” é tanto uma aspiração, quanto um sonho. Sua sonoridade se mostra como uma síntese do universo caboclo – não se limita a um determinado espaço, está em constante movimento. Pincelada por elementos como congo de ouro, maculelê, acordeon, viola, violão e canto dos pássaros, a paisagem musical construída por Cabokaji perpassa por texturas contemporâneas simbolizadas pelo uso de sintetizadores e graves, criando um ambiente onde o som da natureza se interliga com o do asfalto.
“O título do EP surgiu de uma necessidade holística de olhar para as questões indígenas-africanas. No sentido de que precisamos fazer tanto a manutenção das nossas formas de fazer cultura, política comunitária, saúde coletiva, quanto da reparação ambiental. Sem folha não tem vida, não tem caboclo, não tem orixá, não tem gente. O meio ambiente, a cultura produzida por todos nós, nossas espiritualidades, tanto específicas quanto em conjunto são as coisas que nos mantém aqui. Essa é uma morada comum para todos os seres. Então, ‘SALVAGUARDA’ não é a manutenção de um status quo, mas de tudo que estamos esquecendo para a permanência da vida e a nossa”, comenta I S S A.
As seis faixas que compõem “SALVAGUARDA” vem acompanhadas de videoclipes dirigidos por Nin La Croix em parceria com Caboclo de Cobre. Os filmes apostam em cores, climas e texturas que servem de porta-bandeira para os símbolos presentes no cotidiano do Cabokaji, reafirmando a necessidade de uma nova forma de se colocar no mundo. A diversidade estética da obra convida o ambiente urbano enquanto reduto de ancestralidade a se integrar profundamente com o todo e rompe com os estereótipos direcionados, principalmente, aos corpos indígenas.
Preparando o público para o lançamento, Cabokaji deu início à turnê “SALVAGUARDA” no último mês de agosto com shows que passaram pela cidade de Vitória – ES. Ainda este ano, o grupo marcará presença em palcos de Belém do Pará, São Luís do Maranhão e Salvador, em datas a serem divulgadas em breve.
“A gente buscou, de um modo geral, a tradução da imagética em comum com os povos indígenas e africanos, a concepção da dualidade e dos seus múltiplos, fundamentais para os chamamentos das forças espirituais. Cremos que esse EP inaugura, também, uma imagética e simbologia que é fruto, resultado de confluência, e ela também permanecerá à medida que as pessoas vão entendendo ‘SALVAGUARDA’, como um lugar de memória que lhes lembre o caboclo”, finaliza IS S A.
Sobre Cabokaji
Cabokaji é a fusão única de música e performance, liderada por Caboclo de Cobre, I S S A (produtor musical do novo álbum de Sued Nunes), Ejigbo (integrante da banda de Melly) e Mayale Pitanga. Movidos pela necessidade de pautar a herança dos povos originários com um olhar de reparação social, patrimonial, histórica e ambiental, o grupo vem ganhando espaço na nova cena da música baiana, trazendo como principal referência a figura do caboclo, presente nos ritos de tambor de mina, umbanda, vale do amanhecer, e principalmente nos cultos de candomblé em terreiros da nação Bantu.
Lançou o primeiro disco através do Natura Musical e foi ganhador do Festival de Música da Educadora FM, na categoria “Melhor Arranjo” com “Chegança”. Cabokaji é mais uma plataforma e menos uma banda, tendo influência das manifestações sonoras da diáspora africana, da música de terreiro, do candomblé de caboclo e da música indígena. Guarda íntima relação com as aldeias Fulni-ô e Xukuru/Kariri, com quem colaboram para pesquisa, difusão e fortalecimento junto às lideranças de ambas etnias.
O grupo não se limita a fazer música, está, também, engajada em um movimento que busca resgatar a cultura indígena e promover a igualdade racial. Através de suas apresentações, workshops e projetos sociais, contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Cabokaji vem no sentido de reterritorializar o chão e dizer que isso aqui não é África, é Pindorama, mas que Pindorama abraça a África e que alimenta a memória da África no Brasil. Cabokaji integra o “Aldeia Coletivo” da Bahia, plataforma artística e interdisciplinar que há 10 anos realiza diversos projetos a partir do estudo do universo Pindorâmico e Caboclo.
Ficha Técnica
Salvaguarda
Poesia: Caboclo de Cobre
Intérpretes: Caboclo de Cobre, Acauã, Mayale Pitanga, I S S A
Produção musical: I S S A
Mix e Master : Marcelo Santanna
Maracaiá
Letra: Caboclo de Cobre, I S S A
Composição: Ejigbo, Caboclo de cobre, I S S A, Mayale Pitanga
Coro: Jade Lu, Gabriela Wàrà
Produção Musical: I S S A
Mix e Master: Marcelo Santanna
Urutau
Letra: Caboclo de Cobre, I S S A, Mayale Pitanga
Composição: Cabokaji
Produção Musical: I S S A
Baixo elétrico: Ejigbo Oni
Coro: Cabokaji
Mix e Master: Marcelo Santanna
Ejiogbe
Letra: I S S A, Sued Nunes, Caboclo de Cobre
Intérpretes: Ejigbo Oni, Caboclo de Cobre, Sued Nunes, I S S A
Composição: Cabokaji
Guitarra: Mayale Pitanga
Sax: Miguel Victor
Produção musical: I S S A
Mix e master: Marcelo Santanna
Lazer, Kirymurê
Letra: Iná Tupinambá, Caboclo de Cobre, I S S A
Composição: Cabokaji
Produção musical: Ejigbo Oni, I S S A
Violão acústico: Ejigbo Oni
Mix e Master: Marcelo Santanna
Limoeiro
Letra: Caboclo de Cobre, I S S A
Intérpretes: Caboclo de Cobre, I S S A
Coro: Iná Tupinambá, Gabriela Wàrà, Maria Tukumã, I S S A,Mayale Pitanga
Produção Musical: I S S A
Mix e master: Marcelo Santanna
Identidade visual: JÓZÁ no Departamento de Gestualidades
Direção audiovisual: Nin La Croix e Caboclo de Cobre
Agenciamento: Gabriela Rocha (Giro Planejamento Cultural)
Realização: Giro Planejamento Cultural e Aldeia Coletivo
Gestão de redes sociais: Giovana Marques
Selo: Ataque
Distribuição: The Orchard