A 8ª Caminhada em defesa da Pedra de Xangô acontece domingo (12), com concentração às 7h30min, em Cajazeiras.
Centenas de adeptos do candomblé são esperados neste domingo (12), em Cajazeiras 10, na 8ª Caminhada da Pedra de Xangô, uma manifestação pacífica de resistência a ameaça de implosão do rochedo, considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.
Localizada na Avenida Assis Valente, bairro de Cajazeiras X, a pedra também é símbolo da luta dos escravos pela libertação, pois ali se reuniram os negros no período colonial para organização do quilombo conhecido por Buraco do Tatu.
A construção da avenida valorizou comercialmente a região e, desde a inauguração em 2010, os rumores de destruição do rochedo crescem junto com a especulação imobiliária, deixando a pedra exposta a atentados de intolerância religiosa, como o acontecido na madrugada do dia 10 de novembro de 2015, onde oferendas foram destruídas e encontrada uma grande quantidade de sal grosso, além de pichações. “Uma agressão tanto a nossa religião, quanto ao respeito pela gente que não desrespeita ninguém e quando acontece um ato desses, claro, nos sentimos ofendidos, machucados e discriminados”, disse Mãe Iara de Oxum, fundadora da caminhada.
Ambientalistas e historiadores estão convidados a juntar-se aos adeptos do candomblé, todos vestidos de branco, às 7h30min no local conhecido como Campo da Pronaica, de onde partirá a caminhada. O evento conta com apoio da Fundação Gregório de Mattos, órgão vinculado à Secult, Prefeitura de Salvador.
Xangô, um dos principais orixás no panteão africano, é o patrono da justiça. Kaô kabiesilê, sua saudação, em tradução aproximada para o português, significa “o rei quis assim”. Tem como parceira mais constante a orixá Iansã, embora se relacione também com Obá e Oxum. A rocha é sua força da natureza e o machado, seu símbolo.
Mais informações:
Mãe Iara de Oxum – Associação Pássaros das Águas
(71) 3309 – 3499 / 8137-5776 / 9353-4390