A Cidade do Futuro chega aos cinemas dia 26 de abril
Uma família não tradicional formada em pleno sertão baiano protagoniza “A Cidade do Futuro”, de Cláudio Marques e Marília Hughes, que estreia dia 26 de abril nos cinemas de Salvador, Recife, Aracaju, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Branco, Porto Alegre e Curitiba. Milla, Gilmar e Igor apostam no amor para vencer os preconceitos e lutam para ficar em Serra do Ramalho, cidade onde nasceram.
Premiado em festivais no Brasil, Argentina e Estados Unidos, o longa-metragem foi exibido em 14 países, passando por mais de 30 festivais nas Américas, Europa, Ásia e Oceania.
“Fomos a Serra do Ramalho para conhecer a tal ‘cidade do futuro’ prometida pelos militares nos anos 70”, conta Marques, que assina o roteiro. Localizado na região Oeste, o município foi criado durante a Ditadura Militar para abrigar parte das cerca de 73 mil pessoas deslocadas dos seus lares, no Norte baiano, para dar lugar à represa de Sobradinho.
Segundo os diretores, ao chegar à cidade, eles rapidamente se empolgaram pela inteligência e carisma de Igor Santos, Milla Suzart e Gilmar Araújo. De volta a Salvador, Marques e Marília começaram a pensar em uma história com aquele trio, mas tudo se definiu quando souberam da gravidez de Milla. “A partir daí, entendemos que o roteiro de ‘A Cidade do Futuro’ seria uma ficção criada com base no real”, completa o diretor.
Em “A Cidade do Futuro”, Milla é professora de teatro e Gilmar é professor de história. Em suas aulas, ambos buscam resgatar as marcas que a remoção forçada deixou em seus pais e avós, assim como nos do vaqueiro Igor. Seus parentes não tiveram opção, mas eles estão determinados a resistir à opressão conservadora e sexista. “Estamos falando sobre direitos civis de uma população considerada, muitas vezes, de segunda classe”, diz Marques, explicando essa ligação histórico-temporal.
As gravações foram totalmente realizadas em Serra do Ramalho, em 2015, acompanhando alguns meses da gravidez de Milla. Dona do seu corpo e da sua história, a jovem empresta à personagem o desejo de fugir da trajetória comumente reservada às mulheres na região.
Viabilizado pelo edital IRDEB/FSA, programa Brasil de Todas as Telas de 2014, “A Cidade do Futuro” foi realizado com R$ 300 mil. Para realizar o filme com um valor tão abaixo do patamar atual para longas nacionais considerados de baixo orçamento, Marília afirma que contou com uma equipe “parceira e apaixonada”. “Além disso, a contamos com muito apoio e boa vontade da comunidade local”, complementa.