Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

A morte de “La Negrita” por Katia Regina de Assis

2 minutos de leituraModo Leitura

A morte de "La Negrita", não é a morte de um artista
qualquer.






Por isso hoje, a América Latina amanhece triste e chorona. Choram
seus  familiares e seus amigos. A
natureza   mimetiza esta tristeza em
cores cinzas, choram os pássaros e as flores. As cigarras silenciam seu canto.
Atordoados estamos com a noticia porque 
"La Negrita" fez parte das nossas vidas. Com ela vai um pouco de nós,
jovens de ontem, quando vários países deste continente foram usurpados por
ditadores assassinos, que pisaram sobre a nossa a história com fúria. Ouvi-la
era sagrado, transformava nossa dor em esperança, alento, livre canto ecoando
pelo continente ou em surdina, dentro das prisões, nas casas desta América
humilhada. Este canto nos ensinou que era preciso renascer sempre como "las
cigarras", que a guerra é um monstro que mata a inocência, que tudo "Cambia".
Deu voz aos sobrevivientes, deu "Gracias a La vida". Profana era sua voz para
os tiranos, para aqueles que estavam do outro lado , torturand

 o,censurando e
matando. Exilaram-te, mas teu canto ficou poderoso, impregnado nas nossas vidas
para sempre. Aprendemos a te amar tanto, que hoje tenho certeza, ficamos mais
humildes, sensibilizados, fragilizados diante da tua morte. Não uma morte
qualquer, repito, é a morte de  um
símbolo de liberdade, grandeza de espírito, humanismo, de luta pelos direitos
humanos.Teu canto está impregnado neste continente e além dele. Hoje o coração
da América Latina chora. Queremos eternamente as tuas canções e quando ouvi-las
tenha certeza que estamos beijando a tua voz.

Katia Regina de Assis é jornalista

Compartilhar:

Mais lidas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *