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A utopia é um lugar que existe!Por Sérgio São Bernardo

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Sergio Sao Bernardo

Não há marcas confiáveis para distinguir a esquerda da direita no mundo. Em geral, é provável que sim, mas, no varejo, não. A volta dos termos “conservadores”, “liberais” e “progressistas” confirma que se opor à elite capitalista e conservadora é apenas uma opção weberiana contra Marx.

A luta de classes requer uma nova perspectiva estratégica, uma nova pragmática e uma nova iconografia. Tudo ficou cinza! Não tenho certeza de quem são meus companheiros e companheiras! Não sei até onde eles podem chegar, até o limite da humanidade, da desumanidade e do que o mercado e o estado capitalista podem lhes oferecer.

Estamos em um novo período histórico ou em permanente transição? Se o capitalismo está se refazendo, nós também temos que nos refazer? O que temos de modelo linguístico, organizacional e instrumental para enfrentar o leviatã das moedas e das propriedades?

Percebo uma representação folclórica do trabalhador lutando contra o capital, associada a poderes e atitudes desvinculados de uma ética humanista e humanizadora, que nos fazia pensar que ser de esquerda nos credenciava a pertencer a uma aldeia global humanitária e humanizada. Seríamos antirracistas, anti-machistas, anti-homofóbicos, anti-opressores, anti-capacitistas, anti-sexistas, anti-mercadológicos e defenderíamos a natureza e as sagradas diversidades humanas.

Contudo, as coisas foram mudando e a burocracia tirânica, os profissionais iluminados, a hegemônica institucionalização parlamentar e as razões de estado dominaram tudo o que poderia prosperar como um humanismo de classe. Agora é Carl Schmitt com uma pitada de ética liberal, outra de barroquismo gramisciano cristão e pronto!

A direita e a extrema-direita vão dividindo-se em proprietários e rentistas, direita individualista, proletarizada, classe média frustrada e setores identitários capitalistas. A esquerda divide-se em ricos desenvolvimentistas, rentistas, classe média desesperançada, pobres que vivem das políticas de estado e outros que vivem sem ela, operários capitalizados, empreendedores, individualistas, familistas e comunitaristas, mas todas elas têm uma grande influência liberal e neoliberal.

O novo lugar continua lutando por existir. Precisamos criar e desenvolver essa nova utopia humanizadora! O que temos a fazer?

Sérgio São Bernardo

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