Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

As dores e as delícias de ser uma Feminista. Por Helen Nascimento

2 - 3 minutos de leituraModo Leitura
Helen_Nascimento

Quando eu comecei a me debruçar sobre o Feminismo e me identificar com ele, eu não fazia ideia do problemão em que eu estava me metendo.

 

Ao longo da jornada eu fui tomando consciência disso, foram muitas rasteiras, muitos tombos, chagas que jamais irão se fechar, mas eu assumi esse risco (e ainda o assumo), porque a vida me fez perceber que Feminismo não é rolé de miga, não é umas teorias massas que você lê e se identifica e assim sua vida segue. Não. Feminismo é compromisso. Esse compromisso me fez “perder” muitas coisas, como amizades, boys magias, parentes, lugares, musicas, filmes, palavras… Não foi, nem tem sido fácil. Eu conheci a solidão, o desprezo, a verdadeira face da misoginia.

Certa feita uma irmã me disse: “o mundo odeia Mulheres e odeia duplamente Mulheres Feministas!”, não há um dia sequer em que eu não me lembre dessa frase, na verdade, o mundo não me faz esquecer ela. Ao somar tudo isso eu tenho um saldo de desequilibro emocional, crises de ansiedade e uma saúde mental debilitada. E você ai achando que ser Feminista é massa e que é gostosinnho. Não mesmo. Não para quem assume os totais riscos, não para quem entende sobre esse compromisso, não para quem tem visão!

Mas vamos escurecer as coisas aqui, apesar de todos os pesares, o Feminismo também me proporcionou muitas coisas lindas e agora, olhando para trás e para o que eu “perdi”, eu chego à conclusão que eu não perdi, eu me livrei. Livrei-me de condutas, pessoas, coisas que me acorrentam e se me acorrentam não me amam e muito pior que isso, não me respeitam.

Ainda assim continua sendo difícil, mesmo sabendo disso as cicatrizes ainda doem, entretanto, eu tenho muito que agradecer ao Feminismo: pelas Mulheres que ele colocou na minha vida, por ter fortalecido ainda mais meus laços com a minha mãe, por ter me feito amar o ser Mulher e, sobretudo, por ter me feito quem eu sou hoje, por me permitir olhar no espelho e orgulhar-me.

Pois bem, o Somatório disso sim é gigantesco e impagável. Não me arrependo de nada, absolutamente, nada. Não me importo com os rótulos, com as criticas machistas, apenas continuarei trilhando minha jornada e cumprindo minha missão com as minhas, cuidando umas das outras, porque afinal de contas, somos nós por nós mesmo. É isso, valeu e tem válido a pena.

Bom, esse texto é sobre mim, mas eu sei que eu sou muitas. Nós sabemos.

Publicado originalmente em seu facebook

Compartilhar:

Mais lidas