Atividades de promoção à igualdade marcaram o sábado na Flica
Turbante, tranças, roupas, literatura. A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) dedicou o sábado (7) à promoção da igualdade racial. No espaço Educar para Transformar, do Governo do Estado, ocorreram dois lançamentos. “Dia bonito pra chover”, escrito por Lívia Natália, e “Comentários ao Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia”, que tem como organizadores a procuradora do Estado, Cléia Costa dos Santos, e o advogado e professor Sérgio São Bernardo.
Lívia Natália descontraiu. “As pessoas dizem que santo de casa não faz milagre, mas orixá deve fazer, porque graças a Oxum eu estou sempre presente nas programações. E foi muito intenso. Eu não tive uma escritora negra em quem me mirar. O que eu mais ouço são as pessoas dizendo que minha escrita é importante para elas. Temos um público enorme, autores e autoras negras. Hoje mesmo passou muita gente por aqui”, observou.
Organizador da coletânea, Sérgio São Bernardo disse que a obra serve de subsídio para políticas públicas. “Está é uma lei muito nova, é de 2014 e tem um impacto muito grande sobre o estado da Bahia, um universo de quase 15 milhões de pessoas. Nós tivemos cuidado para fazer esses comentários de forma a possibilitar a aplicação desse código em uma Bahia multicultural e pluri-étnica”.
O secretário da Educação do Estado, Walter Pinheiro, falou da importância da Casa Educar para Transformar e do envolvimento do espaço com temas debatidos e promovidos pela Flica. “No espaço Educar para Transformar, fazendo a importante e necessária convergência entre a cultura e a educação. Estamos recebendo não só visitas, mas uma efetiva participação de muitos estudantes de escolas estaduais de diversos lugares da Bahia. Isso é muito importante e enriquecedor. A Flica é um grande encontro da literatura, da educação, da cultura”.
Igualdade
A titular da Secretaria da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), Fábya Reis, destacou que a Flica é um espaço democratizado, com autores e autoras negras. “Tivemos uma programação especial nesta Década Internacional da Afrodecendência, com o lançamento destes livros, possibilitando o diálogo com os mediadores, com todas as pessoas que estão participando. Eu entendo que a gente conseguiu construir essas interligações fundamentais com as nossas ações”.
Um das atividades promovidas na feira foi a oficina de turbantes. À frente da ação, está a estilista de moda afro, Deti Lima, que já participa da Flica há três anos. “Sou de Salvador, trabalho com turbante há 43 anos, desde o surgimento do Ilê Aiyê, que foi quem trouxe essa identificação na estética afro-baiana, e por que não dizer brasileira. Estou há três anos marcando presença aqui neste evento tão importante, ajudando a destacar o empoderamento da mulher negra”.
Fotos: Camila Souza