Autora do best-seller “Holocausto Brasileiro” participa de debate em Salvador
Neste sábado, 19 de outubro, a jornalista mineira Daniela Arbex, autora do best-seller “Holocausto Brasileiro”, estará em Salvador para participar da mesa de debate “Diagnóstico Moral: o manicômio em afroperspectiva”, ao lado da atriz Helisleide Bonfim e da psicóloga Jeane Tavares, sob mediação da também psicóloga Tamiris Sapucaia, militantes da luta antimanicomial. O evento, aberto ao público, às 15h, no Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia, acontece em paralelo à temporada de
estreia do espetáculo “HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada”, em cartaz na Casa Preta (Dois de Julho) até 31 de outubro. Com dramaturgia e direção de Diego Araúja, em colaboração com Bárbara Pessoa, a peça-ensaio foi construída a partir de um olhar sobre as questões raciais da história reportada na obra original: a do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, o maior hospício do Brasil, onde milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, causando a morte de 60 mil pessoas entre 1903 e início dos anos 80.
Eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no Prêmio Jabuti (2014), “Holocausto Brasileiro” tem mais de 300 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal e já ganhou as telas da TV, em 2016, em documentário produzido com exclusividade para a HBO. Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes de uma das maiores barbáries da história do Brasil para resgatar de maneira detalhada as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com um propósito de limpeza social comparável aos regimes mais abomináveis do século XX. Um relato essencial e um marco do jornalismo investigativo no país.
Daniela é uma das jornalistas mais premiadas de sua geração, com mais de 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios Esso, o americano Knight International Journalism Award (2010), o prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina (2009) e o Natali Prize, que recebeu na Bélgica em 2002. É também autora de “Cova 312”, sobre a ditadura, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Livro-Reportagem (2016). Recentemente, lançou “Todo dia a mesma noite”, que narra a história não contada da boate Kiss.
– Para além do relato de Daniela Arbex a respeito de sua pesquisa para a escrita do livro, o debate se complementa em afroperspectiva com a presença de convidadas. Do elenco da peça “HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada”, a atriz e técnica de enfermagem Helisleide Bonfim, portadora de transtorno mental, é integrante do grupo de teatro Os Insênicos e da Rede Nacional de Feministas (RENFA). Já Jeane Tavares, psicóloga, é doutora em Saúde Pública, coordenadora do Ambulatório de Atenção Psicológica a Pessoas que Vivem com Condições Crônicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e criadora da página Saúde Mental da População Negra (@saudementalpopnegra). A conversa será mediada Tamiris Sapucaia, psicóloga, especialista em Atenção Integral ao Consumo e aos Consumidores de Substâncias Psicoativas pelo Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas da Universidade Federal da Bahia (CETAD/UFBA), que atua na Equipe de Saúde Mental da Defensoria Pública do Estado da Bahia.
“HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada” resulta de projeto contemplado pelo Edital Setorial de Teatro, tendo apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.
SINOPSE
“HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada” é uma peça-ensaio onde se analisam o manicômio e centros psiquiátricos em afro-perspectiva. Através de uma estrutura documental e meta-documental, um grupo de artistas-documentaristas decide entender os fatores que levaram uma população de mais de 70% de pessoas negras e não-brancas a ser internada no Hospital Colônia de Barbacena (MG) e em outros espaços psiquiátricos. A análise se apoia na produção “O Diagnóstico Moral dos Pacientes Psiquiátricos”, de uma pensadora negra esquecida pela comunidade acadêmica, intelectual e política.
HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada
Ficha Técnica
Idealização: Gabriela Rocha
Texto e Direção: Diego Araúja
Assistente de Pesquisa e Colaboração Dramatúrgica: Bárbara Pessoa
Assistentes de Direção: Nina La Croix e Yuri Tripodi
Assistente de Direção (1ª fase): Clarissa Gonçalves
Elenco: Felipe Benevides, Helisleide Bomfim, Marcia Limma e Yuri Tripodi
Preparadora corporal: Cristiane Barreto
Concepção e instalação videográfica: Nina La Croix
Instalação cenográfica: Erick Saboya
Cenotécnico: Fred Alvin
Soluções em iluminação cênica e sonorização: BOGUM Ambiente Criativo
Desenho de Luz: Luiz Guimarães
Assistente de Iluminação: Tamires Almeida
Caracterização: Tina Melo
Costura: Saraí Reis
Trilha sonora: Ronei Jorge e Andrea Martins
Desenho de Som e Operação: Moisés Victorio
Registro Fotográfico: Shai Andrade
Identidade visual: TANTO (Daniel Sabóia, Fábio Steque e Patrícia Almeida)
Assessoria de imprensa: Marcatexto
Realização: Giro Planejamento Cultural
Assistente de produção: Sabrina Fiuza
Parceria: ÀRÀKÁ – Plataforma de Criação em Arte
Apoio financeiro: Funceb/ FCBA/ Sefaz/ SecultBA/ Governo do Estado
Temporada de Estreia
Onde: Casa Preta (Rua Areal de Cima, 40 – Dois de Julho)
Quando: 16 a 31 de outubro, quarta a sábado, 20h; domingos, 19h
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Ingressos antecipados: www.sympla.com.br/giroplanejamento
Classificação indicativa: 14 anos
Mesa de Debate “Diagnóstico Moral: o manicômio em afroperspectiva”
Com Daniela Arbex, Helisleide Bonfim e Jeane Tavares
Mediação: Tamiris Sapucaia
Onde: Goethe-Institut Salvador-Bahia (Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)
Quando: 19 de outubro (sábado), 15h
Quanto: Gratuito
Classificação indicativa: Livre