“Entre rap e o repente”, esse é nome da mesa do dia 16 de novembro, marcadas para às 14h30, com os convidados Bráulio Tavares, Jéssica Caitano e Bule Bule, que acontece na Festa Literária de Uauá – Fliu. Um autêntico mestre da cultura popular, Antônio Ribeiro da Conceição, o consagrado Bule-Bule. Um escritor, compositor, letrista, poeta, dramaturgo, o pesquisador de literatura fantástica, Bráulio Tavares. Uma cantora, compositora, rapper,

conquista, percussionista, poeta, Jéssica Caitano, todos sob a mediação do poeta e professor Nelson Maca. Junte tudo ao confronto de duas importantes espécies de desafio através do canto improvisado e tudo isso no cenário que tanto inspira grandes artistas, o Sertão Baiano.

O rap é ritmo e poesia, proporcionando reflexões, críticas, conta histórias, sejam elas de amor, de sofrimento, sonhos pela liberdade e sentimentos e contam a vivência cotidiana de quem os canta. O repente é nordestino, poesia de repente, a arte do improviso, existente desde o século 19.

Bule-Bule é considerado um mantenedor das tradições musicais sertanejas da Bahia, como do samba sertanejo, do coco e outros ritmos típicos que sua ascendência africana fizeram desde cedo conviver. Seus repentes e cordéis muitas vezes passam pelo lirismo, mas não abandonam a crítica às injustiças sociais e ao sistema, como em obras que publicou nos anos 1970, durante a ditadura militar, em que clamava por liberdade.

Jéssica, educadora e ativista nascida em Triunfo, no alto sertão do Pajeú, traz na sua música a história de um povo, com raízes bem fortes, ela conhece como poucos a cultura e folclore da sua região e traz isso em toda a sua arte, a exemplo da letra de sua canção “Faz a Linha”, em que cita elementos da vida no sertão.

Bráulio Tavares publicou também obras dedicadas ao público infantil e juvenil, mas como compositor de música popular fez diversas parcerias com grandes cantores da música popular brasileira. Com Lenine, por exemplo, colaborou na composição do “Projeto Carte Blanche” repertório do show, gravado e que gerou o primeiro CD ao vivo de Lenine, assim como o primeiro DVD, incluindo as composições inéditas e releitura de outras músicas de vários discos anteriores, entre elas, “Caribenha nação”, e “Virou areia”, toda a parceria de Lenine e Bráulio Tavares.

Fliu é uma realização da Uauá projetos criativos e da Prefeitura de Uauá, idealizada por Mércia Beatriz com coordenação e produção de Ellen Ferreira, Lorena Ribeiro e Antônio Nikiel, com curadoria de Maviael Melo.

O evento tem patrocínio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Turismo/Bahiatursa, Secretaria de Desenvolvimento Rural/CAR, Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura/Fundação Pedro Calmon, além do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC) e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA).