Aldeia Nagô
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Cadeia Produtiva Insustentável. Por Liliana Peixinho

4 - 5 minutos de leituraModo Leitura

Que escolas, agências de publicidade, empresas e
perfis de consumidores realmente estão colocando em prática atitudes de mudança
no consumo em nome da preservação da vida? 
Visito faculdades, empresas e instituições que têm projetos ditos
"sustentáveis",  mas  que não passam das idéias. Dê-se o cuidado de
parar nos corredores onde ficam os coletores de resíduos, por exemplo, e se
olhar, com cuidado,  verás que o plástico
está no vidro, o vidro no alumínio, o alumínio no orgânico e por ai vai.


Visite
um supermercado, uma casa de material de construção civil ou uma loja de
eletrodomésticos e terás o termômetro exato do quê continua sendo oferecido para
atender às demandas de um modelo de consumo incentivado pela publicidade, ainda
comprometida com o capital do século XX. O discurso continua distante da
prática.

 Mais do que
entender os efeitos negativos provocados pelo Aquecimento Global e as grandes
catástrofes verificadas nos últimos anos, está faltando ao Ser Humano entender,
interiorizar, absorver, no coração, alma e cérebro, que a felicidade em Ser pode
estar na busca do encontro com o outro. E que para isso é necessário caminhar
nessa direção, enfrentar  obstáculos,
abrir mão de comportamentos egoístas, imediatistas, superficiais e meramente
repetitivos, convencionais, para transgredir, subverter e quebrar  regras milenares em nome da dinâmica natural
das leis do Universo, com renovação, invenção, criatividade,  compromisso e prazer em fazer.

Quando a didática de escolas públicas, particulares e
comunitárias,  passar a ter compromisso
com a informação como instrumento de poder para a transformação, e não como
subsídios estatísticos de não evasão ou aprovação de alunos para atender
justificativas de recursos alocados em rubricas do Governo, poderemos estar no
começo das mudanças que a Humanidade necessita para ir ao encontro de si mesma.
Por enquanto continuamos registrando a lamentação de pais que se esforçam, se
escravizam e se sacrificam, para tentar educar  filhos, na formalidade convencional, onde
 investimentos feitos não  apresentam  retornos qualitativos no sonho de qualquer pai
ou mãe: ver seu filho ou filha no caminho de estar a serviço de construções
coletivas harmoniosas com o Universo, servindo ao outro. 

Como uma filha poderá deixar de querer ter 100 pares de
sapatos se a mãe compra um a cada novo mês?.  
Como um aluno poderá deixar de lanchar sanduíche de salsicha com
coca-cola se a escola não tem uma cantina com alternativas alimentares ? Como
uma faculdade poderá realmente propagar que tem um projeto ambiental que prega a
sustentabilidade se os seus coletores seletivos ainda de plásticos,
convencionais, não coletam seletivamente, como informa a plotagem?  E mais que isso, se a própria  instituição faz de conta que ensina para um
aluno que também faz de conta que aprende? Como pode uma secretária do lar
aprender a não desperdiçar alimentos se a própria dona da casa, na mesa
familiar,  enche o prato de comida e não come nem metade do que se serve?  E como poderemos substituir o petróleo por
energias alternativas se ainda vamos às lojas de 1,99 alimentar a paradoxal
cultura  chinesa que transita entre a conservação de tradições milenares, como o
uso dos chás,  e o crescimento rápido no uso de tecnologias  de ponta para a
produção de descartáveis?  

Enquanto existirem ONGs, Institutos, Associações, Oscips e
Fundações que precisem gastar, às pressas, rodos de dinheiro recebidos do
Governo brasileiro ou de fora do Brasil, fazendo qualquer coisa para
apresentarem seus relatórios técnicos de visibilidade duvidosa,  convênios, contratos e acordos de
parceria  estarão sendo renovados  a longo prazo,  já que a burocracia é a grande inimiga da
justiça social,  perseguida, a sangue e
suor, por quem verdadeiramente faz e não 
aparece na mídia.

Liliana Peixinho – DRT 1.430 – Jornalista, Ativista e
Educadora Ambiental- Fundadora dos Movimentos Independentes AMA e RAMA www.amigodomeioambiente.com.br

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