A arte invisibilizada: websérie retrata marginalização da cena cultural LGBTQIA+ de Salvador |
Qua, 23 de Março de 2022 20:26 |
Arte, cultura, entretenimento e ainda um tempero soteropolitano. Tudo isso poderia ser abordado de uma forma solar e descontraída se não estivéssemos falando da cena LGBTQIA+ de Salvador. A websérie documental Queerbrada, lançada no último domingo (20), vem para mostrar que, nesse caso, os termos invisibilidade e marginalização também fazem parte do dia a dia de profissionais das artes. Dividida em cinco episódios com pouco mais de 10 minutos cada, a série documenta a rotina de trabalho de cinco artistas baianos que fazem parte da sigla. De fotógrafo e poeta a Drag Queen e Cantora lírica, os personagens contam suas histórias e falam sobre os desafios e dificuldades enfrentados para trabalhar com arte na cena LGBTQIA+. “A intenção de usar a cidade como um elo foi também mostrar esse outro lado soteropolitano, que foge da cultura dominante, que acolhe nossa comunidade e de onde sai muito material de entretenimento de qualidade. Mas, além disso, esse aspecto geográfico mostra também que o processo de invisibilização da cena acaba literalmente arrastando esses artistas para os locais mais escuros e com menos policiamento da cidade”, conta. A escolha do nome da série também não foi por acaso. Ele veio da junção da palavra ‘Queer’ - uma espécie de termo guarda-chuva muito utilizado na cena para designar tudo aquilo que é diferente do padrão social - com a palavra ‘Brada’, que vem do verbo bradar e expressa uma ação de resistência política contra o silenciamento e o apagamento. “A junção dessas duas palavras acabou gerando uma palavra muito semelhante a ‘quebrada’, termo usado para se referir a locais periféricos, que muitas vezes acabam sendo os únicos espaços disponíveis para que esses artistas ocupem”, esclarece o diretor. Além de Matheus, a websérie conta com direção de Eduardo Tosta, um dos cineastas responsáveis pelo primeiro curta-metragem de animação baiana que teve participação no Festival de Cannes, no ano passado. Em Queerbrada, a ideia, segundo Tosta, foi um visual mais arrojado, com câmera na mão, montagem mais dinâmica e uma proximidade de storytelling com o espectador. “Deu super certo e os personagens ajudaram bastante, já que todos são hipnotizantes”, conta.
https://www.instagram.com/queerbradaserie/ Canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCEuX4qQjPNaR6LX3NHOTIXw 1º Episódio: https://www.youtube.com/watch?v=bnJxu0onrBQ |
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