Ciro Gomes, ou quem fala o que bem entende nem consigo se entende. Por Walter Takemoto
Ciro em entrevista para um programa de terceira categoria, deu como favas contadas que o Lula não será candidato, fez ironia com a condenação do ex-presidente pelos golpistas, e o acusou de não conhecer a realidade do país e que o PT foi varrido eleitoralmente nas últimas eleições.
Não é de agora que se conhece o destempero verbal e político do Ciro, além de sua trajetória política tortuosa.
E parece que não aprendeu com as derrotas eleitorais que experimentou, assim como a camaleoa Marina.
Esperava-se que o Ciro, a essa altura do campeonato, e nessa conjuntura que ele diz conhecer e o Lula não, conseguisse manter algum equilíbrio, controlando seu estilo coronel e a sede de poder, e demonstrando que está a altura do cargo que pretende ocupar e de ser capaz de representar amplos setores da sociedade que não aceitam o golpe.
Mas é pedir demais para o Ciro.
E é pedir demais, pois o Ciro não representa nenhum partido político, não contribuiu para a construção e o fortalecimento de nenhum, sempre os tratou como legenda de aluguel, assim como não representa nenhum setor ou movimento organizado da sociedade.
No máximo, Ciro representa a sua família e grupos políticos de seu estado, na tradição do coronelismo ou o que dele resta.
Mais uma vez Ciro expulsa pela boca a oportunidade de integrar um processo de fortalecimento da luta democrática e popular no nosso país, assim como fazem outras figuras, como o Requião no Paraná, ou fez Teotônio Vilela no passado, que como Ciro vinha das fileiras da direita nordestina.
Walter Takemoto é Educador