Aldeia Nagô
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Com o tema Mãe dá colo Mãe quer colo, BaZá RoZê traz reflexão sobre a saúde mental materna no Brasil

4 - 6 minutos de leituraModo Leitura
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Muito se espera e se cobra da MÃE. É uma luta diária e milenar que a mulher desempenha neste papel, desde o momento em que está com o bebê nos braços até a criança crescer. Pesquisa da plataforma De Mãe em Mãe comprova que a tarefa não é apenas um sonho de amor incondicional: 94% das mães brasileiras se dizem esgotadas e 78% realizam a maioria ou todas as tarefas domésticas. Elas apontam sobrecarga de trabalho, stress, depressão e solidão como consequências do trabalho “invisível” que realizam todos os dias. Neste mês das mães, a Feira Artística Feminista BaZá RoZê – em mais uma edição do ROZÊ OCUPA – provoca a discussão sobre a saúde mental materna, levando à Aliança Francesa, nos dias 4 e 5 de maio, a edição “Mãe dá colo, mãe quer colo”.

 

Para Brenda Medeiros, jornalista, produtora cultural e idealizadora do evento, os dados da pesquisa podem ser percebidos nos discursos trazidos pelas empreendedoras da Rede RoZê. De acordo com as mulheres que participam do grupo, é necessário reforçar que a produção criativa em seus ateliês e cozinhas são trabalhos e precisam ser respeitados diariamente. “O diálogo e a troca com a família ajudam no empoderamento feminino por transformação pessoal e conquista de autonomia, são um passo para conquistar a independência financeira”, ressalta.

O RoZê tem abordado, ao longo dos cinco anos de funcionamento, assuntos que envolvem as questões sociais e emocionais femininas. Nas cerca de 50 edições desta trajetória, trouxe temas diversos sobre inclusão, sororidade e economia criativa. Segundo a artesã Dione Portella, que tem a companhia da filha também expondo na feira, voltar o olhar para quem cuida é fundamental. “Muitas vezes, nos perdemos no cuidado do outro e esquecemos de nós. Eu me sinto acolhida nesse coletivo, especialmente pela oportunidade de estar ao lado da minha filha. É um espaço carregado de afeto”, relata. A empreendedora da Alecrim Home & Aromas, Rita Tavares, elabora de sua casa todos produtos e embalagens da marca, dividindo o tempo com os afazeres domésticos. “O RoZê nos possibilita trocar experiências profissionais, fazer novos contatos, vivências, ampliar as relações, além de ser um espaço onde apresentamos nossos produtos e fazemos nossa renda”, destaca.

Aliança Francesa – Na rota do ROZÊ OCUPA, que valoriza a redescoberta de lugares e equipamentos culturais importantes da cidade, a feira retorna ao local onde realizou algumas de suas primeiras edições. Foi na Aliança Francesa a ocupação do casarão tombado na Ladeira da Barra, em 2019, e por onde passaram mais de 200 expositores nas primeiras edições do evento. O presidente da Aliança Francesa Salvador, Fernando Marinho, ressalta que a pluralidade de manifestações artísticas e culturais “em dois dias intensos de atividades e visitações” reitera uma das principais finalidades da instituição. “É uma parceria que traz ao grande público, em nosso belo espaço, a riqueza do artesanato, do design e da culinária”, descreve.

RoZê: cuidados e colo – Na programação cultural desta edição, a feira feminista vai cuidar das mulheres de forma múltipla e integral, com rodas de conversa, oficinas em família com aulas de dança do ventre, arte em papel, bordado, contação de histórias e jogos de convivência entre jovens e adultos, além de shows musicais e programação para pessoas de todas as idades.

PROGRAMAÇÃO ROZÊ OCUPA – Especial Dia das Mães: Entrada gratuita!

Sábado, 4 de maio

16h – Roda de conversa – Do parto aos filhos crescidos

Mediação: Fernanda Carvalho (jornalista e escritora)

Convidadas: Ana Marice (cardiologista e escritora) e Faezeh Santos (psicoterapeuta e educadora parental)

17h – Contação de história – Minha mãe é negra, sim

A escritora Helena Nascimento, através da personagem fictícia Rainha Luanda, conta a narrativa do menino Eno, que se depara com um debate extremamente importante ocorrido na Escola: Qual a cor de sua mãe?

16h – Oficina – Livro: papel abraçando palavra

Através de técnicas de dobraduras, Diane Portella vai conduzir a confecção de um livro sanfona como objeto afetivo para guardar memórias entre mães e filhas(os).

Faixa etária recomendada: a partir dos 10 anos.

18h – (Con) Vivência Arvorar – jogos em família, com Faezeh Santos

Momentos de conexão através de jogos e dinâmicas em família

19h – Show Angela Velloso e Duarte

Domingo, 5 de maio

16h – Roda de conversa – Quem cuida de quem cuida?

Nesta edição, o RoZê se solidariza com a causa da saúde mental das mães e traz a participação de Yunna Bamberg, representante da campanha de conscientização Maio Furta-cor em Salvador. Ela também será palestrante do 3° Simpósio de Saúde Mental Materna, promovido pelo Instituto Brasileiro de Saúde Materna (Ibramater), nos dias 3 e 4 de maio, através do Grupo Materna.

Mediação: Yunna Bamberg (psicóloga perinatal e especializada em psicologia social).

Convidadas: Flavia Azevedo (jornalista articulista do jornal Correio*) e Laili Flórez (doula, professora e palhaça).

16h – Oficina – Roda de Bordado: o vestido de boneca como suporte para sensibilidades, com Dôra Araújo (para adultos)

Bordar, através do elemento vestido de boneca, o elo entre passado e presente, memória e imaginação, narrativas e reflexões pessoais.

**Não precisa trazer material.

17h – Aula-vivência Dança do Ventre – “Encontro sagrado – dance pra curar”

Aula aberta com a instrutora e dançarina Janah Ferreira, voltada para famílias que desejem aprender os primeiros passos da dança do ventre. Após a aula, a professora se apresentará em formato pocket.

Faixa etária recomendada: a partir dos 7 anos.

18h – Show Juliana Leite e Estevam

Imagens: Flora Torres


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