Contrato assinado pelo governador do estado autoriza A publicização da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA)
“Um dia feliz e histórico para nós”. Com essas palavras, o curador artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), maestro Carlos Prazeres, traduziu o significado da cerimônia realizada na tarde de ontem (4), no palco da Sala Principal do Teatro Castro Alves, durante a qual o governador Rui Costa assinou o contrato de publicização da OSBA.
Por esse novo modelo de gestão, a Orquestra passa a fazer parte do Programa Estadual de Organizações Sociais – mantida pelo Estado, porém administrada pela Associação de Amigos do Teatro Castro Alves, sem fins lucrativos. Referindo-se a um “renascer”, e agradecendo a todos os que se engajaram nessa luta (pela publicização), Prazeres não poupou o entusiasmo ao afirmar que “para a OSBA, que já tem um público apaixonado, agora o céu é o limite”.
Além de uma apresentação especial da OSBA, com músicas de Bach, F. Mignone e Villa-Lobos, para o público presente, a cerimônia contou também com a participação do compositor Luiz Caldas ao violão, na execução da Sinfonia da cantata “Arioso”, de Bach, e do ator Jackson Costa recitando o poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves.
“MAIS LONGE, MAIS ALTO” – No seu pronunciamento, no ato da assinatura, o governador Rui Costalembrou que a equipe do TCA o procurou para apresentar um desafio e uma solução, não só um problema: “Esta é uma decisão desafiadora, mas é a mais fácil, porque eu estou lidando com gente competente que ama o que faz”. Ele destacou ainda que a arte é essencial para a retomada dos valores humanos, “e vocês terão em mim um parceiro para a OSBA ir muito mais longe, voar muito mais alto”. Por sua vez, o secretário de Cultura, Jorge Portugal, afirmou que “Cultura e Bahia são sinônimos e não podem ser apartadas”, classificando a OSBA como fundamental porque “a alma baiana, que é uma alma musical, não quer excluir nenhuma vertente da música”.
“Este é um sonho que durou 10 anos, construído a muitas mãos”, reconheceu o diretor do Teatro Castro Alves, Moacyr Gramacho, referindo-se às duas gestões consecutivas da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), e da Fundação Cultural do Estado (Funceb), período em que o projeto de publicização da OSBA foi amadurecido e definido, inclusive por meio da realização de um Seminário em 2012, nos 30 anos da OSBA. O evento reuniu na Sala do Coro do TCA especialistas e gestores dos mais importantes grupos sinfônicos do Brasil para um debate em torno da atuação das orquestras no cenário brasileiro, seus desafios e perspectivas.
Ao adotar esse novo modelo de gestão, a OSBA se junta a outras renomadas companhias do país, como a Orquestra Sinfônica de São Paulo e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, transformadas em Organizações Sociais, garantindo, desse modo, novas formas de captação de recursos externos, com mais agilidade para investir na manutenção do conjunto, inclusive com a contratação de mais músicos para os diversos naipes.