No dia 30 novembro, Mês da Consciência Negra, o Centro Técnico do Teatro Castro Alves (CT/TCA) oferece mais uma oficina da série de celebração de seus 35 anos de fundação. “Axó: Fios de memória na construção de figurino afrorreferenciado” será ministrada por Thiago Romero, propondo um olhar afrocentrado na construção de figurinos cênicos. A turma será das 14h às 17h, no Memorial do TCA, com 30 vagas ocupadas por ordem de inscrição, que deve ser feita antecipadamente em www.tca.ba.gov.br/centro_tecnico.

A proposta se concentra nos processos criativos utilizados por Romero em espetáculos como “Siré Obá”, “Exu, a Boca do Universo”, “Oxum”, “Orí” e “Eduardo II”. O objetivo é a reflexão sobre a construção visual de figurinos para espetáculos, apresentando uma compreensão nos conceitos do afrofuturismo e afrofabulação, para incentivar participantes a pensarem sobre as raízes africanas, integrando-as com a cultura brasileira. Thiago compartilhará também sua experiência na construção visual como a drag queen Barbárie Bundi. A oficina é um convite para um mergulho profundo e crítico, provocando um outro olhar para a construções de narrativas visuais pretas.

Thiago Romero é diretor, diretor de arte, figurinista, cenógrafo, maquiador, ator e arte-educador, licenciado em Arte Educação com habilitação em História da Arte e bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral. É mestre em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com a pesquisa intitulada “Atlânticas Narrativas em busca do teatro da bixa preta” e, atualmente, doutorando do mesmo programa. Fundador do Teatro da Queda, grupo que em 15 anos se dedica ao estudo da abordagem de corpos com diversidade de gêneros na dramaturgia norteado pelo conceito da afrofabulação. É um dos idealizadores da plataforma artística DAN – Território de Criação. Dirigiu montagens como “Nau” (2021), “AFRONTE AKULOBEE” (2019), Madame Satã (2018), “Na rédea curta” (2018), “Desviante” (2017), “Anoitecidas” (2016), “Delicado” (2016) e “Rebola” (2016). Recebeu o Prêmio Braskem de Teatro pela direção de “Última Chamada” (2019), além de ter tido indicações pelo figurino, maquiagem e cenário de “Exu, a Boca do Universo” (2014) e “Oxum” (2018). Atualmente pesquisa diálogos entre performance e audiovisual através do trabalho da afrodrag Barbárie Bundi e desenvolve junto com Daniel Arcades a pesquisa sobre obras cênicas virtuais como a “Lagoa das Feiticeiras” e “Nau”.

Dedicado à pesquisa, formação, qualificação, criação, produção, sistematização e difusão de informações sobre engenharia do espetáculo, o Centro Técnico do TCA dá suporte às montagens e projetos realizados no Complexo do TCA, bem como pelos seus corpos artísticos – Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA). O setor também fomenta o campo das artes com serviços prestados à comunidade. Artistas e profissionais da cultura encontram neste espaço uma central de conhecimentos sobre cenografia, figurino, maquiagem, som e iluminação cênica, sendo possível contar com sua expertise, infraestrutura e assessoramento no que tange às tecnologias do espetáculo, valorizando e aperfeiçoando os saberes e fazeres de quem está nos bastidores.