Domingueiras CCXXVI. Por Sérgio Guerra
Entre subidas e quedas sucessivas a Pandemia vai se desenrolando com um atual e constante decréscimo nos números de casos e mortes, tendência que deve se confirmar nos próximos dias, salvo
uma nova onda que os tradicionais festejos juninos devem provocar nos próximos dias, especialmente no Nordeste e sua população espalhada pelo Brasil, ou mesmo a chegada de uma III Onda, cada vez menos provável devido a ampliação da vacinação, ainda que tardia, que continua com seu vai e volta no exterior e ameaçando o Brasil e a América Latina.
Por outro lado, a CPI da Pandemia continua avançando e comprometendo cada vez mais o presidente acusado agora de prevaricação, que é o crime que comete um servidor público, ou autoridade, que sabendo de um crime, ou uma possibilidade concreta de sua realização, não o denuncia ou toma providências para evitar a sua efetivação. Exatamente o que aconteceu com o caso da “propina de um dólar por dose de vacina”, cobrado por membros do Ministério da Saúde, denunciado em audiência pessoal dos irmãos Miranda ao presidente, que não tomou nenhuma providência para a sua apuração e a punição dos envolvidos.
Claro que além de sua apuração, pela CPI, e a aprovação do seu Relatório Final, que deve se efetivar pelo placar de 7 X 4 já consolidado em seu interior, salvo mudança inesperada e radical. Entretanto, quando ele for encaminhado para o Congresso Nacional, tal placar será radicalmente alterado, posto que a caneta do presidente tem muito poder e o permitirá negociar favores com o “Centrão” e os seus votos favoráveis, que já são maioria e deverão ser mantidos e até ampliado.
Por falar nisso, uma característica estranha em nossa Câmara de Deputados é o “presidencialismo autocrático” que confere ao titular do cargo um poder ilimitado, nesses casos, basta lembrar que existem 122 pedidos de impeachment protocolado contra Bolsonero, contando-os desde o tempo do mandato anterior, de Rodrigo Maia, e agora todos reunidos em um “superpedido”, que agrega todas as suas justificativas, e outras novas, além de assinaturas de várias representações sociais, centrais sindicais e partidos políticos, mas mesmo assim continuam a depender da aceitação exclusiva do presidente da Câmara, que é só quem pode lhe dar prosseguimento. E o que fará Artur Lira?
04/07/2021.
Sérgio Guerra.