Domingueiras LXXV. Por Sergio Guerra
Não é costume desta coluna comentar datas comemorativas de temas familiares, comerciais ou de pouca relevância política, centralidade nossa, entretanto, vale o registro da saída de Suzane Von Richtofen e de Ana Nardoni para
celebrar o Dia das Mães, deste domingo, lembrando que a primeira foi condenada e está presa pela morte do próprio pai e da própria mãe e a segunda pela morte de sua enteada, o que gera uma certa perplexidade as pessoas com um mínimo de senso crítico. Mas, como é Brasil, não podemos estranhar nada de nosso
Judiciário, mas que parece piada, ninguém pode negar.
Uma outra “nova” notícia foi requentada nesta semana, foi a divulgação de documentos que atestam que o assassinato de oposicionistas durante o governo Geisel, especialmente os considerados muito perigosos e, principalmente, os “retornados” do exílio, prioritariamente, aqueles trocados por embaixadores seqüestrados por organizações envolvidas na luta armada contra os militares. Apenas estranhamos que tal assunto já suficientemente esclarecido por Élio Gaspari, na sua vasta obra, sobre as várias fases da ditadura, baseadas, inclusive nas memórias anotadas do presidente Geisel, do seu mentor intelectual Golbery e do seu secretário pessoal, Heitor.
De estranho mesmo, só as declarações do Ministro da Segurança Pública, Raul Jungman, do governo golpista, ex- comunista do PCB e atual Partido Popular Socialista, PPS, que deve estar mudando de nome, conforme anunciam seus dirigentes atuais e é uma moda agora, em
defesa dos militares, aliás, como tem sido a prática de sua organização, pelos menos nos últimos 20 anos, desconhecendo toda a literatura e provas coletadas por todas as Comissões das Verdades que realizaram um precioso trabalho neste sentido, em todo o Brasil.
Por outro lado, lembrando o clássico da música brega, “eu vou tirar você deste lugar”, o ministro Gilmar Mendes, que parece ser o cantor judicial desta obra, continua soltando os presos, especialmente da “Lava Jato”, cujos pedidos de habeas corpus chegam as suas mãos. Enquanto isto, os vários processos dos ex-ocupantes de cargos eletivos, portadores de foro privilegiado, seguem sendo encaminhados para os juízes de 1ª Instancia, onde estão sendo abertos novos processos, que deverão ficam indefinidamente sendo julgados nos
vários segmentos posteriores e quase nunca chegam a uma sentença final e sua execução.
Enquanto isto, as investigações relativas ao assassinato da vereadora Marielle e seu motorista Anderson parecem estar chegando a algum ponto, posto que um seu colega vereador, e miliciano, começa a ser cada vez mais citado e apontado como forte suspeito, o que deverá
indicar um caminho mais acertado para as linhas de interpretação deste cabuloso processo. Esperamos que a quase sempre ineficiente polícia, consiga desta vez, dada a comoção internacional que este episódio vem causando, conseguir avançar na indicação de seus mandantes e executores. Aliás, como andam as investigações sobre os tiros contra a
“Caravana Lula” e o acampamento “Lula Livre”?
Enfim, Lula continua prisioneiro da República Judiciária de Curitiba, por mais que se desmoralizem as “profundas convicções” de seus algozes e carcereiros/carteiros posto que agora já estão, cada vez mais exaustivamente, comprovadas que as “reformas”, curiosamente,
com seus materiais comprados em Curitiba, como se em Santos ou São Paulo, todo, não houvesse casas comerciais para realizar essas caríssimas mudanças que o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, MTST, com sua invasão e filmagem dos aposentos do citado triplex,
demonstraram amplamente que nunca existiram, salvo nas “profundas convicções” dos algozes de Curitiba e Porto Alegre. Assim, aguardemos os próximos passos deste país tropical.
13052018.
Sérgio Guerra.
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.