Encerramento do projeto “Áfricas na Gente” terá shows de Juraci Tavares e artistas da Rede Somus
Áfricas na Gente é um projeto de democratização cultural, musicalização e cultura afro-brasileira criado pela “Rede Somus – Música Bahia” que realizou festivais de música com atividades de arte educação em 20 escolas públicas estaduais de cajazeiras e entorno durante o segundo semestre de 2017. O projeto atendeu em média 8 mil jovens, com oferta de 160 oficinas, 40 rodas de conversa e 50 pockets shows com artistas da Rede Somus.
O encerramento do projeto será no dia 25 de novembro, a partir das 13h, na praça Regina Guimarães, em Cajazeiras, com show de abertura de Juraci Tavares; e pockets shows de Coro de Cor; Neto Lobo e a Cacimba; Emillie Lapa; Carlos Barros; Nouve; Irmão Carlos e Tabuleiro Musiquim. Neste dia também será lançada a coletânea musical de artistas da Rede Somus; realizada uma Feira com Empreendedores de Cajazeiras com a temática afro; exposição das oficinas de quadrinhos e grafite; desfile da oficina de penteados afros; sarau da oficina de poesia; apresentação da oficina de percussão e apresentação da oficina de dança afro.
O projeto, selecionado pelo Edital Setorial de Música, tem respaldo nas leis nº 10.639/03 e 11.769/08 com apoio financeiro do Fundo de Cultura, mecanismo de fomento da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Cultura, sendo gerido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entidade vinculada à Secult/BA acontece durante o segundo semestre de 2017.
“Áfricas na Gente – Festival de Música nas Escolas” tem como propósito maior enaltecer a cultura afro-brasileira e trazer reflexão sobre a importância do povo negro para a nossa cultura. Propõe a todos os envolvidos um mergulho em seu próprio cotidiano para descobrir e valorizar a influência afro cultural em suas vidas. Com isso também busca fortalecer a relação de pertencimento das crianças e jovens com seus ancestrais.
O projeto ocupou cada escola durante 01 dia com várias oficinas como quadrinhos; canto; violão básico, dança afro, percussão, composição, poesia negra, teatro, contos africanos entre outras, além de uma Roda de Conversa sobre Cultura Afro-brasileira com um estudioso da área e shows com artistas da Rede Somus.
COLETÂNEA MUSICAL DA REDE SOMUS
A Coletânea Musical da Rede Somus tem direção musical de Estevam Dantas e conta com ritmos, gêneros e estruturas musicais dos mais variados estilos da nossa descendência africana, traz ainda 15 (quinze) faixas dos artistas da Rede Somus atuantes durante o projeto Áfricas na Gente. O disco será distribuído nas plataformas digitais e no site da Rede Somus www.redesomus.com.br
ARTISTAS
Juraci Tavares – educador, cantor, compositor, poeta, filósofo, ativismo negro etc. A sua obra afro diaspórica traz canções e poesias com versos livres, reflexivos, inquietantes, olhar plural, históricos, educativos alicerçada na liberdade e autonomia das palavras. Obra questionadora ao afirmar: Negro lindo é pleonasmo/ negro lindo é exclusão/ o negro lindo aí é dispensável/ é exceção é contra mão. Assim como, também, traz nela a importância da afro diáspora na construção da sociedade brasileira: Trouxemos o Brasil no fundo do navio.
Coro de Cor – O grupo Coro de Cor faz um som essencialmente brasileiro, de maneira própria e prima pela qualidade e sutileza nos arranjos. Com 10 anos de carreira, a banda formada por Geysa Maiana (na voz), Bruno Maiky (no violão e voz) e Armando Lui (no contrabaixo e voz) é bem reconhecida pelo trabalho realizado na Bahia e vem ganhando espaço nos Festivais de Música Autoral pelo Brasil, destacamos as premiações recebidas no importante Festival de Música da Educadora FM, no qual ganhou como música “Mais Votada pelos Ouvintes”, nas edições de 2012, 2013 e 2015. Lançou seu primeiro álbum “Singularidades”, em 2011, no Teatro Casa do Comércio com participações muito especiais de Saulo e Letieres Leite. Atualmente, encontra-se produzindo seu próximo CD.
Coro de Cor, por onde passa, instiga o público a colorir a vida com sensibilidade, poesia e ritmo.
Neto Lobo e a Cacimba – Assim começa a peleja de um grupo que canta a cultura interiorana desde 2001 tendo como pano de fundo as possibilidades sonoras de um mundo inteiro. A banda Neto Lobo e a Cacimba tem como principais características a mistura da linguagem pop com elementos tradicionais da música nordestina e afrobaiana. Neto Lobo (composições, voz e violão) é acompanhado por Duda Brandão (guitarra e disco voador), Sidnei Rasta (bateria), Jonatas Fernandes (contrabaixo e vocal).
Emillie Lapa – Cantora, compositora, musicista, e atriz, começou cedo a dedicar-se à criação, desde criança tira sons das garrafas e violões. A artista soteropolitana domina instrumentos como cavaquinho e baixo, mas é na percussão que mora sua paixão, onde faz pulsar a força de sua/nossa sonoridade ancestral. traz em sua proposta maior o conceito do grito feminino que se faz necessário para o chamado das mulheres dentro da nossa sociedade.
O repertório transita entre canções autorais e releitura de músicas e poesias que tem em sua essência a diversidade de ritmos com influência afro-brasileira.
Tabuleiro Musiquim – A Tabuleiro Musiquim surgiu em abril de 2012, em Salvador. Formada por quatro músicos, a banda mistura ritmos regionais da Bahia, como ijexá, samba de roda e samba reggae, com o peso do rock e a pulsação do funk. Entre participações e shows no início da carreira, em 2012, a Tabuleiro Musiquim lançou o EP homônimo com quatro músicas autorais. Em abril de 2014 apresentou ao público o disco Imbigo, com 12 faixas, produzido por Tadeu Mascarenhas e com participação de Teago Oliveira (Maglore), Luiz Caldas e Fábio Cascadura.
Carlos Barros – Carlos Barros é cantor e pesquisador. Iniciou sua carreira em 1997, no grupo Bando de Uns. Em 2007 iniciou carreira solo com o espetáculo Raio do Sol, em que interpretava canções brasileiras costuradas por cantigas de Candomblé de Caboclo, em arranjos feitos para percussão e voz. Em 2009 gravou seu primeiro disco – Cantiga vem do Céu – cuja turnê percorreu algumas cidades brasileiras e a Bélgica, em 2011. Antes da próxima estação… é o nome do segundo disco do artista, produzido pelo músico sueco radicado no Brasil Sebastian Notini, em 2014. O Show Antes da próxima estação… foi apresentado em Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Enquanto Cantiga vem do Céu traçava uma ponte musical entre Rio de Janeiro e Bahia, o tema do segundo álbum de Carlos Barros é a urbanidade vista pela sua ótica. Carlos é um cantor/intérprete/compositor influenciado pela música brasileira dos anos setenta e seus desdobramentos na história da canção no Brasil. O artista assume-se um “cancionista”, interessado em construir narrativas estéticas com sua música, seja nos espetáculos seja nos seus discos.
Nouve – Com seu primeiro EP “Respirando a arte”, produzido em São Paulo por Tiago Munhoz e por DJ Willian, mais de 10 mil cópias foram vendidas diretamente nas areias de todo o nordeste brasileiro. Com o disco, ele se apresentou em shows e festivais com grandes nomes do Rap Nacional como Emicida, Kamau, Rael, Lívia Cruz, Max BO e MV Bill em vários lugares do Brasil, dentre eles Alagoas, Pernambuco e São Paulo, foi finalista do 1º Festival da Música Ilimitada 2015, e no momento acabou de lançar o novo single “Vou na Fé” com produção de Nave.
Irmão Carlos – Irmão Carlos, que tem a black music como terreno onde planta suas ideias, lança seu primeiro trabalho solo. Caminhando entre o punk, new wave, vapor wave e blues, “Irmão Carlos”, apesar de trazer letras reflexivas, é um disco dançante, com texturas clássicas e sensações futuristas, repleto de baterias eletrônicas e sintetizadores.
Depois de dois anos compondo, gravando e mixando, o artista apresenta um álbum homônimo, com 10 faixas completamente autorais e autobiográficas. “Expor minha própria vivência é o modo que encontrei para resolver as tretas comigo mesmo. Pode parecer estranho, mas é assim que funciona. Vou do cotidiano ao existencialismo, da causa ao problema, do café da manhã à insônia, da angústia mais pesada ao prazer”.
SAIBA MAIS
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br
Lei 10.639/03- alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
Lei 11.769/08- que torna a música conteúdo obrigatório do componente curricular em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
Rede Somus- A Rede Somus é um grupo colaborativo com cerca de mil profissionais criado em 2014 que busca a criação de novas oportunidades de atuação no setor cultural, e aspira formar plateia para os diversos estilos musicais realizados e movimentar o cenário musical da Bahia.
Por que Cajazeiras? Cajazeiras é um conjunto habitacional de Salvador, na Bahia, com 600 mil habitantes e intenso comércio. Foi o primeiro bairro planejado de Salvador. É o segundo bairro mais habitado de Salvador (atrás de Brotas), e também o segundo em população de etnia negra (atrás de Pernambués). É considerado o maior bairro da América Latina, computando os outros setores que fazem parte do bairro, o que não é unanimidade. Compõe-se dos setores: Cajazeiras 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 11, Fazenda Grande 1, 2, 3 e 4, Águas Claras e Boca da Mata. A relevância deste projeto é destinar as ações para as escolas municipais da região de Cajazeiras e assim dar acesso a esta comunidade aos bens culturais, pois sabemos que apesar dos esforços públicos e privados de levar projetos artísticos para esta região, o acesso desta população a espetáculos, shows, lançamentos de livros, oficinas de artes, entre outros ainda é escasso.
PROGRAMAÇÃO NOVEMBRO
17 de novembro – Colégio Estadual Ana Bernardes
MANHÃ Roda de Conversa- Dete Lima e Catarina Lima (Ilê Ayiê)
Pocket Show- Filipe Lorenzo
TARDE Pocket show- Thaíse Maciel
20 de novembro – Colégio Estadual Renan Baleeiro
MANHÃ Roda de Conversa- Letieres Leite
TARDE Roda de Conversa- Eliana Souza
Pocket – show Ramon Lima
ENCERRAMENTO DO PROJETO 25 DE NOVEMBRO – 13h às 20h – Praça Regina Guimarães – Cajazeiras
13h- abertura da Feira com empreendedores de Cajazeiras com a temática afro
14h- Apresentação das oficinas
Exposição das oficinas de Quadrinhos e Grafite
Desfile da Oficina de penteados afros
Sarau da Oficina de poesia
Apresentação da Oficina de percussão
Apresentação da Oficina de dança Afro
16h Abertura: Juraci Tavares
Artistas da Rede Somus: Coro de Cor; Neto Lobo e a Cacimba; Emillie Lapa; Carlos Barros; Nouve; Irmão Carlos e Tabuleiro Musiquim.