Escola Aguidavi do Jêje promove mostra gratuita com resultado de oficinas musicais em Salvador
O primeiro ciclo presencial da Escola Aguidavi do Jêje chega ao fim neste sábado (23), com a apresentação dos alunos a partir das 14h no Terreiro do Bogum (Ladeira Manoel Bonfim, 35 – Engenho Velho da Federação – Salvador).
O evento, aberto ao público – que é orientado a usar roupas brancas ou claras no dia – é o resultado de oficinas gratuitas de percussão, teoria musical, construção de instrumentos, danças dos Orixás, oficinas de grafite, videomapping, origens e histórias do Candomblé e do povo Jêje – temas que percorreram o projeto desde setembro, quando foi lançado.
O projeto conta com o patrocínio da Natura Musical, da Transportadora Associada de Gás – TAG – https://ntag.com.br/, e através do Fazcultura – Lei de Incentivo do Estado da Bahia, com realização RedeAmo, QTV e LajeLab.
A ação capacitou aproximadamente 80 crianças e jovens a partir dos 7 anos, que moram no bairro e no entorno onde está sediado o terreiro.
As atividades foram gratuitas, na modalidade presencial, e parte delas gravadas e disponibilizadas no canal do Youtube do projeto.
O objetivo era ampliar o alcance das ações do Terreiro do Bogum e formar músicos, despertar o interesse das crianças e jovens sobre sua ancestralidade e as tradições do candomblé, além de ampliar seus conhecimentos sobre a cultura negra.
A partir de janeiro de 2024, as atividades da escola continuam online pelo canal https://www.youtube.com/@AguidavidoJeje.
O Terreiro do Bogum ou Zoogodô Bogum Malê Rundó, de nação Jêje, guarda um pedaço importante da história do povo negro na Bahia.
O seu extenso espaço, rodeado de árvores, possui estrutura arquitetônica ancestral e conta com mais de duzentos anos de fundação.
Há 16 anos o percussionista Luizinho do Jêje, Ogã do Terreiro, decidiu realizar aulas para jovens com o intuito de contribuir para a preservação e difusão desse patrimônio imaterial.
No local onde funciona o terreiro, viveu Joaquim Jêje, herói do movimento de insurreição de escravos malês que deixou o bogum (baú) onde estavam os donativos que permitiram a famosa Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia em janeiro de 1835.